Quem passa pela calçada da Rua Marcos Rovaris defronte a um dos acessos à Galeria Comasa, nota que o problema piorou. Não é de hoje que a fiação que passa sobre os postes da rua está mais baixa que o normal. São muitos cabos, em um emaranhado pesado e de difícil compreensão.
Irritado com o problema que vê todo dia, e faz tempo, o comerciante Idelfonso Negro se revoltou. "É todo dia isso, e cada vez pior. Então a gente se revoltou e amarramos uns sacos ali, sacos azuis para sinalizar para as pessoas. Tem gente que chega a bater com a cabeça ali", conta. Idelfonso tem um restaurante e está mudando de sede, atravessando a rua, para uma sala que está em obras e fica bem defronte ao ponto onde os fios estão mais baixos. Ele afirma que já fez vários contatos com a prefeitura. "Até com o gabinete do prefeito falei, e me prometeram uma solução. O tempo passou e nada", completou.
O comerciante Augusto Carvalho é outro com estabelecimento próximo. "Isso é muito feio para a cidade. Se não consertarem logo, vamos fazer outros protestos", antecipou.
Ciente do problema, a secretária municipal de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana, Kátia Smielevski, garante que a solução não depende da prefeitura. "O responsável é a Celesc, que detém os postes e os aluga para os serviços de telecomunicações, que são os donos de grande parte daqueles cabos. Não são fios energizados, são sim fios de telefone, internet e serviços desse gênero", explicou.
Criciúma conta com uma lei municipal - a lei 7130/2017 - em vigor há dois anos e que permite ao município tomar providências. "Essa lei nos autoriza a notificar a Celesc dos problemas e se, em dez dias ela não consertar, vamos lá e cortamos os fios. Já fizemos essa retirada em alguns locais", contou, citando pontos da Rua Álvaro Catão onde houve a remoção recente. "Em muitos casos, são cabos antigos que as operadores colocam novos e não tiram os velhos, causando esse problema. Tanto que quando removemos não houve problema algum aos serviços por ali", relatou. "Temos feito bastante isso", confirmou.
O caso da Marcos Rovaris foi notificado à Celesc na semana passada. Com o prazo terminando nos próximos dias, se a companhia não tomar providências a prefeitura remove uma equipe e retira os fios. "É um problema estético para a cidade e também um problema sério para os lojistas, já que caminhões não conseguem estacionar ali para desembarcar produtos", observou a secretária.
Relembre o caso: Sob os fios, tensão para quem passa
A reportagem do 4oito tratou do tema em detalhes em uma postagem de novembro do ano passado. Na ocasião, foi citado o risco existente na Rua Júlio Gaidzinski, nos arredores do Hospital São José (HSJ). Como contraponto, foi lembrado o caso da Rua Henrique Lage, onde a fiação tornou-se subterrânea há cerca de cinco anos.