Enquanto percorre Santa Catarina em agendas nesta sexta-feira, 23, o governador Carlos Moisés não tem se furtado em prestar declarações sobre o andamento da votação do tribunal misto do impeachment, que está definindo pelo seu afastamento ou não por conta do processo do reajuste dos salários dos procuradores do Estado. Em passagem pela cidade de Ouro, no meio-oeste, onde fez a entrega de obras em estradas nesta tarde, Moisés elogiou o desembargador Carlos Alberto Civinski e disparou contra os deputados e a Assembleia Legislativa (Alesc).
Civinski deu o segundo voto pelo arquivamento do impeachment, portanto a favor de Moisés e da vice-governadora Daniela Reinehr. Depois dele, o desembargador Sérgio Rizelo também votou pelo fim do processo, deixando a votação em 2 a 1, já que antes o deputado Kennedy Nunes havia votado pela sequência com o devido afastamento de Moisés e Daniela por 180 dias.
"Nós acreditamos muito na Justiça catarinense. Nós vinhamos agora acompanhando o voto do desembargador Carlos Civinski, um voto memorável, um voto histórico, que honra a toga catarinense, honra a Justiça catarinense, e é nesse sentido que vamos continuar acreditando na Justiça, com muita independência, que é o que se quer de um verdadeiro magistrado", destacou Moisés. "O direito sempre esteve muito claro, apesar de não ter novidades no conteúdo do voto, tem um valor muito histórico pois, como ninguém, o desembargador soube dizer o que o governador fez", emendou.
Moisés voltou a fazer analogia entre a posição dos procuradores e outras áreas técnicas do governo. "Seria muito parecido se o governador pegasse um dos engenheiros da secretaria de Infraestrutura e eles dissessem que teria que ter 10 centímetros de asfalto, e eu dissesse que não, por economia queria três centímetros. Ele que esta inscrito no Conselho Regional de Engenharia, ele que sabe calcular o peso que vai passar sobre a rodovia", referiu. "O mesmo é o governador desrespeitar um posicionamento de um advogado público, de um procurador do Estado, e foram de treze procuradores do Estado, além disso, uma posição fundada em três decisões judiciais", emendou.
"Um processo descabido"
O governador bateu forte no processo e em deputados favoráveis ao seu afastamento. "Estamos assistindo um processo descabido de impeachment, é uma vergonha para o Parlamento catarinense, uma vergonha com o dinheiro público, com a Justiça envolvida pela falta de responsabilidade desses deputados por votarem a favor desse processo. Temos absoluta convicção do que fazemos dentro da gestão da máquina pública, temos certeza na confiança do arquivamento", destacou. "Com certeza, eu tenho certeza que estou numa missão que me foi entregue pela população, é a população que dirá quando será o fim, e quem deve tomar de novo o mandato é a população de Santa Catarina", finalizou.