As eleições municipais de 2020 prometem se destacar na história do país como uma das mais diferentes de todos os tempos. Marcadas para acontecer ainda em meio a pandemia de Covid-19, as eleições contaram com data diferente dos anos anteriores anteriores, restrições de campanha e uma forte dedicação dos candidatos às mídias sociais. Para o jornalista e comentarista político Moacir Pereira, esta será uma “eleição completamente diferente”.
“No futuro, os pesquisadores terão que explicar porque a data foi diferente da tradicional. Em segundo lugar, a pandemia acabou impedindo reuniões, comícios e atividades corpo a corpo, o que cria problemas para identificação das propostas dos candidatos. Além disso, a crise econômica levou também ao esfriamento do interesse do eleitorado pela votação”, ressaltou Moacir.
Por se dar em um momento tão delicado da história mundial, devido a pandemia, as eleições deste ano deverão contar com a maior taxa de não comparecimento às urnas. Isso porque muitos eleitores estão preocupados justamente com os impactos econômicos e sanitários pessoais causados pela Covid-19. Para Moacir, além disso, deveremos contar com uma eleição mais imprevisível do que as demais.
O jornalista acredita que, diferente de 2018, o eleitor não estará tão inclinado a votar em determinado candidato por causa do número e do partido. “O eleitor está procurando candidatos que tenham experiência, com um currículo positivo e ficha limpa, com boas prestações de serviços à comunidade”, disse.
Mesmo que não eleitos em Santa Catarina, partidos mais novos poderão sair das eleições deste ano mais fortes e consolidados na política estadual. O DEM, por exemplo, conta com uma boa perspectiva em Florianópolis, com a possível reeleição de Gean Loureiro. O PSDB, um dos tradicionais partidos de SC, deverá eleger pelo menos cinco prefeitos dentro os 30 municípios de maior importância no estado.
“A minha grande dúvida é como fica o Avante, Patriotas, Republicanos, Cidadania, Solidariedade, novas siglas que estão participando do pleito pela primeira vez com muitos candidatos em Santa Catarina”, comentou Moacir.
O jornalista ainda analisa que, enquanto partidos tradicionais de SC como PSDB e MDB devem continuar a eleger candidatos em grandes cidades do estado, o PT, que já foi uma potência no estado, está praticamente fora de cidades catarinenses importantes. “Um partido que está mal posicionado é o PT. Em Joinville, o Francisco de Assis está lá embaixo. Em
Blumenau, a ex-deputada Ana Paula Lima também está numa posição desconfortável. Qual o município de SC de grande ou média expressão que o PT tem possibilidade real? nenhum. Um partido que já esteve na prefeitura de Joinville, Blumenau, perto de Floripa e próximo de eleger um governador”, ressaltou.