Uma pesquisa desenvolvida na Fazenda Experimental do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), em parceria com a Udesc, apresentou uma nova maneira de trabalhar com a forrageira popularmente conhecida como capim Tangola. O estudo foi publicado no final do mês de fevereiro na revista científica Agriculture, considerada uma das mais influentes do mundo em Ciências Agrárias, que possui conceito A1 na área de Agronomia.
O capim vem sendo bastante utilizado como fonte de alimento para bovinos, equinos e ovinos. O estudo foi realizado, durante os anos de 2018 e 2019, pela então mestranda e hoje mestre em Ciência Animal pela UDESC, Nemora Guliane Mocelin. O trabalho teve como objetivo compreender como manejar o capim Tangola em lotação rotativa.
Conforme o professor Guilherme Doneda, que coordena o Núcleo de Pesquisa e Extensão Aplicadas às Ciências Agroveterinárias (Paca), no Unibave, a pesquisa testou quatro alturas de manejo (10, 20, 30 e 40cm) com a mesma proporção de desfolha (sendo 40% da altura inicial).
Os resultados mostraram que não houve diferença no acúmulo líquido de folhas entre as alturas de 20 a 40cm. "Isso permite uma flexibilidade de manejo dos pastos entre estas alturas sem que haja prejuízo ou perda de produtividade", afirma Guilherme. Ainda segundo ele, o pecuarista pode manejar o capim em uma ampla faixa de altura, dando mais flexibilidade para a realização de outras atividades rotineiras de uma fazenda.
A qualidade nutricional também foi avaliada e os resultados apontam que os pastos manejados com 30cm de altura apresentaram maiores teores de proteína bruta. Já a fibra em detergente neutro (que está intimamente ligado ao consumo de forragem) e a fibra em detergente ácido (que está intimamente relacionada com a qualidade da forragem) foram similares entre todas as alturas testadas. "Isso mostra que o capim Tangola pode ser manejado entre 20 a 40 cm de altura, sem prejuízo da sua capacidade produtiva e de sua qualidade nutricional", explica o professor.
Sobre a forrageira
Esta planta está sendo muito utilizada por pecuaristas em toda a região por apresentar grande potencial produtivo. "Graças aos trabalhos de ponta realizados na fazenda, hoje os agricultores e comunidade científica têm acesso a informações técnicas importantes que auxiliam na compreensão de seu uso", comentou Guilherme.