Mesmo com a realização de adaptações, a comunidade surda do Brasil ainda enfrenta problemas de acesso e entendimento no trabalho, nos estudos e nas demais tarefas do dia-a-dia.
A intérprete de Libras (Língua brasileira de Sinais), Maria Carolina Abreu, detalha as estatísticas da população nacional com deficiência auditiva. "No IBGE de 2010, deficientes auditivos e surdos em Criciúma são mais de nove mil. Em Santa Catarina, são 300 mil. No Brasil, são mais de dez milhões. Podemos pegar Criciúma, colocar e fazer uma cidade de surdos", exemplifica.
Dentre as principais dificuldades da interação entre os surdos e as demais pessoas está o aprendizado da língua de sinais, o que vai muito além do alfabeto, segundo a intérprete. "Muita gente fala comigo assim: 'eu vou aprender o alfabeto e aí consigo conversar com o surdo.' Não. O alfabeto é usado para nomes, que não tem o seu sinal. Agora, para a comunicação, são os sinais", explica.
Maria Carolina usa, ainda, uma situação para demonstrar que o entendimento de um surdo pode ser até mesmo uma questão de vida ou morte em alguns casos. "Eu fiquei sabendo de um caso em que um surdo morreu de infarto porque chegou no hospital e não teve o atendimento correto, porque as pessoas não entendiam o que ele estava falando", conta.
A intérprete destaca também a importância de a comunicação por Libras ser ensinada desde cedo, para todas as pessoas. "Muita família não sabe comunicar com filho. Não sabem Libras e se comunicam com o gesto caseiro. Eu falo muito isso. Tinham que começar a regularizar, no Ensino Fundamental, no infantil, no Médio, já começar, porque ali você já vai treinando, já vai preparando", afirma.
Ouça na íntegra a entrevista da intérprete de Libras Maria Carolina Abreu ao Programa Adelor Lessa na Rádio Som Maior:
Confira a explicação de alguns sinais em Libras: