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Um episódio de intolerância religiosa marcou a montagem da exposição "De Bará à Oxalá: Xilogravando os Orixás do Batuque", realizada neste domingo (15) na Praça Nereu Ramos, em Criciúma. Durante a preparação, a artista Viviane Rocha e uma amiga foram hostilizadas por um homem, que tentou intimidá-las e retirar as obras do local. A polícia foi acionada, e um boletim de ocorrência por intolerância religiosa foi registrado. "Foi um momento difícil, mas também uma prova de que precisamos ocupar esses espaços e mostrar que existimos, que merecemos respeito como qualquer outra crença", desabafou Viviane. Segundo ela, o acusado fugiu antes da chegada dos policiais.
Apesar do incidente, a exposição cumpriu seu objetivo de celebrar e visibilizar as tradições de matriz africana, historicamente marginalizadas. Com xilogravuras que retratam orixás do Batuque, o evento atraiu adeptos e curiosos, como a advogada Andressa Monteiro, que destacou a importância de ensinar a diversidade religiosa à filha. "É importante que ela conheça, aprenda sobre diversas religiões. Eu acho que, pra formação dela, eu tenho que dar espaço para várias visões, para que ela, tendo conhecimento, desenvolva e encontre o caminho dela", ressalta a mãe. "Eu achei o trabalho muito bonito, o acabamento é bem legal, o uso das cores, a exposição muito bonita", comentou ela. Agatha também gostou das peças. "As pinturas têm cores fortes, muito bonitas", comentou a menina.
