“Austeridade, legalidade, desenvolvimento, são mais que palavras, são compromissos deste governo". Com esta frase, Daniela Reinehr (sem partido) iniciou o seu governo interino após afastamento governador Carlos Moisés da Silva (PSL) por até 180 dias.
Na coletiva de imprensa, ela estava acompanhada pelo novo secretário Chefe da Casa Civil, General Miranda Aversa e secretários de Estado nomeados por Carlos Moisés. As possíveis mudanças no primeiro escalão também foram citadas pela governadora. "Quem quer que venha precisa fazer esta transição. Vou colocar a minha cara neste governo. Agradeço os secretários que estão aqui e se colocaram à disposição para ajudar e para uma eventual mudança. Não cabe a mim julgar o governador Carlos Moisés. O que nunca deixei de lutar é que os atos fossem apartados e eu lutei muito para sair daquela situação que eu não tive nada a ver. E tive a justiça alcançada que tanto batalhei. Temos que ser resilientes, maduros, serenos diante das mudanças, conforme ir acontecendo. Algumas situações que estão dando ceto serão mantidas e aprimoradas", enfatizou.
Canais de comunicação
Criar canais de comunicação com a Assembleia Legislativa, entidades e população ganhou ênfase na fala de Daniela. Ela disse também que ainda não definiu quem será o líder do governo na Alesc. "Hoje começo a conversar com o parlamento, com todos os órgãos. Quero criar um canal eficiente de comunicação para sanar as dificuldades encontradas até agora. O nome do líder será construído com todos os deputados. Tem que ser um representante do governo na Alesc. No menor tempo possível a gente consegue apresentar este nome. Agradeço a deputada Paulinha que foi líder, defensora, nos defendeu neste processo. Tenho muito a agradecer a ela", destacou.
Sobre deputados assumirem secretarias, ela disse que não há impedimentos. "O critério é que sejam técnicos e alinhados com o compromisso que assumi quando fui eleita", relatou.
Alinhamento com Bolsonaro e pandemia
Perguntada sobre o alinhamento com o presidente da República Jair Bolsonaro e com as restrições com os decretos restritivos devido à pandemia, ela disse que tudo será avaliado com calma. "Vou fazer melhorias em algumas coisas. É uma situação que precisamos avaliar cada caso. Nunca fui a favor do fecha tudo. Precisamos cuidar dos doentes. O alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro existe, mas precisamos avaliar a particularidade de cada paciente", falou.
Ainda com relação à pandemia, ela destaca que defende que não se deve “fechar tudo. "Precisamos isolar os doentes e não os saudáveis. Defendo, em caso de tratamento, existem padrões que precisam ser avaliados. O médico deve cuidar do pacientes. Importante que as pessoas procurem o médico em qualquer sintoma. Estamos diante de uma crise não só da pandemia, mas política que estamos vivendo. Os ressentimentos abalam o estado e eu não vejo outro meio que o diálogo. As prefeituras têm o poder de regular. A minha intenção não é ser a regra mais restritiva, o foco é avaliar cada caso específico e analisar de podemos avançar ou recuar. A minha fala sempre foi de prevenção, cuidados com a saúde sem prejudicar a economia", opina.
Ainda sobre a proximidade com o presidente, Daniela ressaltou que buscará recursos junto ao Governo Federal, principalmente para serem investidos na infraestrutura. “A necessidade de infraestrutura em Santa Catarina, o restante o estado anda sozinho. O que tenho defendido é que precisamos de infraestrutura e isso não é gasto, é investimento que volta em desenvolvimento. Precisamos ser prestigiados e este canal com o Governo Federal para que a gente avalie tudo que a gente possa buscar e a infraestrutura é uma das minhas prioridades", destaca Daniela.
Economia
A relação internacional é outro ponto que a agora governadora pretende ampliar. “Existe uma parte institucional na residência do vice que é o principal foco. A residência da casa da vice-governadora não tem condições de receber autoridades. Pessoalmente, eu não gostaria de submeter os meus filhos a mais uma mudança, as a parte institucional é importante e estará disponível para eventos que venham acontecer, porque quero receber ministros, embaixadores. O que realmente acredito que esta parte de relações internacionais precisam ser fortalecidas", disse.