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Balanço musical de Fim de ano

Por Adelor Lessa Edição 24/12/2021
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A música leva a um tempo, lembra ambientes, puxa pela memória.
A música embala a vida.

No fim de ano, tempo de balanço, avaliações e reflexões.
As músicas encaminham, embalam, descrevem.

Nada mais significativo, expressivo, e sempre real, como o Epitáfio, do Titãs.
Parece sempre da hora, a cada fim de ano.
Talvez porque seja a hora que o gás está acabando, a velinha apagando, e aflora o sentimento que faltou alguma coisa, que deveria ter feito mais, ou menos.

“Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o Sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos.” 

Não parece que foi feito para cada um de nós?
Porque o ano pode ter sido maravilhoso, de conquistas e vitórias, mas via de regra a gente sempre acha que “devia ter arriscado mais, e complicado menos”.

Mas, esse ano se foi.
Não dá para voltar o relógio, nem colocar de volta as folhinhas do calendário.
Então, é olhar para o amanhã, projetar o que vem.
E ouvir o Jota Quest anunciar que “dias melhores virão”.

“Vivemos esperando
 Dias melhores
 Dias de paz
 dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
O dia em que seremos melhores
Dias melhores pra sempre "

Isso virou um hino nestes tempos malucos de pandemia, porque ninguém sabia o que iria acontecer amanhã, mas a fé alimentava a certeza que iria melhorar, que dias melhores viriam.

E de vez em quando eu vivia cantando Jota Quest. Para convencer, talvez.
Até que vieram os dias melhores. Finalmente.

E aí, a gente começa a se livrar da dor. De vários tipos de dor.
Dor pela perda de amigos (tantos amigos).
Dor da solidão. Da angústia.
E do medo. Medo de não vencer. 
Medo de sofrer.

De novo, vou buscar o Jota Quest. 

“  Ei, dor
    Eu não te escuto mais
    Você não me leva a nada
    Ei, medo
    Eu não te escuto mais
    Você não me leva a nada
    E se quiser saber
    Pra onde eu vou. Pra onde tenha Sol
    É pra lá que eu vou " 

Medo e dor, vencidos.
Dias melhores vieram.
E é possível fazer um balanço de fim de ano mais pra cima.
De bom astral.
Projetando um voltar à normalidade da vida.

Porque é preciso voltar a viver e caminhar.
Lembrando, e valorizando, tudo que foi superado, vencido, para se chegar até aqui.
E a para continuar firme, subindo montanhas, percorrendo milhas e milhas.
Porque a vida ensina e o tempo traz o tom, com anuncia o Cidade Negra.

“ Você não sabe o quanto eu caminhei
   Pra chegar ate aqui 
   Percorri milhas e milhas antes de dormir
   Eu nem cochilei 
   Os mais belos montes escalei 
   Nas noites escuras de frio chorei 
   A vida ensina e o tempo traz o tom 
   Pra nascer uma canção
   Com a fé o dia a dia encontro solução “

Com música no ar, muita fé, e amor no coração, que o seu balanço seja positivo, e que os planos e projetos para o ano novo sejam de grandes conquistas.

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