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Câncer de pulmão em não fumantes

O perigo pode estar por perto

Por Dr. Renato Matos Edição 18/03/2022
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Costumamos ligar o câncer de pulmão ao tabagismo – aproximadamente 90% dos casos apresentam essa associação, comprovadamente causal.
Mas o que provoca a doença nos 10% restantes?
Além das ainda insondáveis causas genéticas e outros fatores ambientais e biológicos (como alguns vírus), boa parte das vezes, os agentes que desencadeiam alterações no DNA que levam ao câncer são as radiações ionizantes – por definição, aquelas que tem energia suficiente para gerar espécies químicas carregadas eletricamente.
Essas substâncias causam danos genéticos durante toda a vida, de forma cumulativa.
As evidências epidemiológicas existentes foram suficientes para que a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) considere essas radiações como cancerígenas em humanos e em animais – no mais alto grau de sua classificação.

A mais importante fonte de radiação ionizante de origem natural é o radônio, um gás desprendido do solo e das rochas, pouco popular entre nós, mas já conhecido desde 1900.
Inodoro, insípido e incolor, não pode ser percebido pelos sentidos. Inalado, pode transferir toda a sua energia para os tecidos pulmonares.
A infiltração do gás pelo solo é a mais importante fonte de radônio em ambientes internos.
O gás radônio escapa facilmente das rochas e do solo para o ar e tende a se concentrar em espaços fechados, como prédios e residências.
É a segunda causa de câncer de pulmão, perdendo apenas para o tabagismo. 
As estimativas atuais sobre a proporção de casos de câncer de pulmão atribuíveis ao radônio variam entre 3% e 14%. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA calcula que ele é responsável por mais de 20.000 mortes anuais pela doença naquele país.

Ter a sua casa testada é a única forma de determinar se você e a sua família estão em risco. 
Segundo o Manual da Organização Mundial da Saúde sobre radônio em ambientes internos, as suas medições são relativamente simples de realizar.
Estudo recente, realizado em imóveis localizados na região metropolitana da cidade de São Paulo, apontam que de 70 ambientes analisados, cerca de 11%, apresentaram concentração de radônio acima dos limites recomendados.
Há programas do governo federal que se propõem a fazer um mapeamento das áreas com maiores concentrações de radônio, com resultados ainda não disponibilizados.
Nos EUA, kits para medição são encontrados facilmente, com produtos para uso doméstico que custam em torno de 30 dólares (Amazon).

Por aqui, numa pesquisa via Google, não encontramos nenhum equipamento disponível.
Estratégias relativamente simples de ventilação e construção podem solucionar o problema.
Não existe um limite mínimo conhecido em que a exposição ao radônio não apresente risco. 
Mas quanto menor a sua concentração em uma casa, menor o risco.

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