Amanhã, no mesmo instante que vereadores de Criciúma estarão iniciando sessão extraordinária da Câmara Municipal para votar acordo para pagamento de ação milionária vencida na Justiça por empresas de ônibus, em Florianópolis estará sendo aberta em a sessão do Tribunal Especial que vai julgar abertura de processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés pelo desvio dos r$ 33 milhões dos cofres públicos, naquela operação dos respiradores que nunca foram entregues.
A sessão na Câmara de Criciúma será rápida.
A sessao do Tribunal, deve ser longa.
Da sessão da Câmara de Criciúma é possível projetar resultado. O acordo deve ser aprovado, considerando principalmente a ampla maioria folgada que o governo do prefeito Salvaro tem na Câmara.
Da sessao do Tribunal Especial, difícil antecipar resultado.
Primeiro, porque metade do Tribunal é composto por desembargadores, que são muito reservados, não sinalizam voto, e costumam decidir técnicamente.
Depois, porque em relação aos deputados, os fatos são os mesmos, mas as circunstâncuas mudaram.
Dos cinco deputados estaduais que estao no Tribunal Especial, um deles, o deputado do sul José Milton Scheffer, já votou lá atrás a favor de Moisés.
Hoje ele é lider do governo de Moises na Assembléia, mas na época não era. Só que ele sempre foi aliado e defensor de Moisés.
Os outros 4 votaram pela abertura do processo de impeachment, com discursos ácidos.
Sustentaram responsabilidade do Governador no desvio dos r$ 33 milhões do estado.
Um deles, o deputado Valdir Cobalchini, MDB, foi o relator do pedido de abertura de processo de impeachment, e destruiu todos os argumentos da defasa do Governador. Foi arrebatador.
Os outros deputados qu estão no Tribunal, Laércio Schuster (PSB), Fabiano da Luz (PT), e Marcos Vieira (PSDB), da mesma forma. Discursos contundentes, sem deixar brecha para duvida sobre a responsabilidade do Governador.
A dúvida agora sobre os deputados é porque de lá para cá teve um acordo politico, com negociações de bastidores, e o governo passou a ser partilhado. Deputados e seus partidos passaram a ter influência e cargos no governo.
A duvida é se o acordo politico, e os espaços de poder, fizeram engolir o discurso dos deputados.
Se, por causa do acordo, o deputados passaram a ver o que não viam, ou não vêem mais o que antes era inconteste.
O Governador dizia até o ano passado que deputados só queriam vantagens e que tramavam seu afastamento por causa disso.
Amanhã, os deputados, por seus atos e votos, os deputados vão acabar confirmando, ou não, o que Moisés dizia.
Será?
Amanhã?