No dia da facada no ainda candidato Jair Bolsonaro, setembro de 2018, estávamos na estrada, interior do Maranhão, a caminho dos lençóis maranhaenses.
De repente começaram a chegar nos celulares as informações.
Falei na hora: "Se ainda não estava, agora está garantida a eleição de Bolsonaro”.
E seguimos a viagem.
Lá, subimos em uma lancha para ir pelo rio até onde ficaríamos hospedados.
No outro dia, passeios de lancha pelo rio.
E depois, de novo. Tudo muito bonito.
Voltei para casa pensando com os meus botões: “aquele pessoal do Maranhão faria do rio Araranguá uma mina de ouro”.
Passeios de lancha a partir da barra, passando por ilhas, atrás do Morro dos Conventos (e do farol), e vindo na direção de Araranguá.
No caminho, uma parada aqui, outra ali.
Almoço em Ilhas, café em Araranguá.
Receita nova, empregos, atividade econômica limpa, moderna.
Qualquer cidade do mundo que tem um rio na sua área urbana, aproveita.
Faz área de lazer, passeio, pista de caminhada, calçadão, barzinhos, ambiente de entretenimento e confraternização. Que também produz receita, gera negócios.
Mas, o rio Araranguá não tem o tratamento que merece.
Sofre de abandono. Nem cortam o mato.
Chegou ao ponto de um buraco aberto a partir do desbarrancamento na margem, bem no centro da cidade, ter ficado lá mais de um ano.
Indignados, os contribuintes chegaram a fazer “festa de aniversário”.
Mas, nem precisaria baixar aqui um time de maranhaenses para "descobrir" o rio.
Jairo Custódio, prefeito do Rincão, nativo, fez o obvio.
Virou a cidade para o mar. Fez o calçadão.
Foi um divisor na história do Rincão. O balneário ficou moderno, bonito, interessante.
Trouxe de volta cidadãos do sul que seguiam no verão para outras praias.
E mais de uma dezena de importantes empreendimentos imobiliários foram encaminhados em pouco tempo.
Receita nova foi gerada, novos empregos, economia aditivada.
Imaginem o que o Jairo faria com aquele rio Araranguá na mão?!
No Arroio do Silva, prefeito Evandro Scaine acaba de assumir para terceiro mandato e um dos seus primeiros projetos é o calçadão na beira da praia. Na mesma sintonia de Jairo. Para aproveitar a aproveitar a beira da praia.
Imaginem o que Evandro faria com um rio Araranguá na sua mão?!
Depois dos passeios, viriam as competições de vela, e tantas outras possibilidades.
Os gaúchos de Porto Alegre contam que o rio Guaíba também demorou para ser “assumido”, e positivamente “explorado”.
Araranguá agora tem governo novo, chefiado pelo empresário Cesar Cesa. Pode ser ele a fazer o “despertar para o rio”, diferente de todos os outros.
Que assim seja!
É um “pecado" que o rio Araranguá seja ignorado por quem administra a cidade.
Quantos empregos poderiam estar sendo gerados!
E está ali. É só usar, dentro das regras, respeitando a natureza.
A propósito, quem vê cuida.
Se as pessoas estivessem passeando de barco ou lancha por dentro do rio, estariam também fiscalizando. E cobrando.
Se fosse hoje, ficaria mais evidente a situação lamentável de abandono. As pessoas não aceitariam.
E providências teriam que ser tomadas.
O rio seria valorizado. E daria retorno à cidade.
Se aproveitassem o que o rio pode dar, Ilhas seria valorizada, o Morro dos Conventos, as lagoas do Rincão, a Barranca, o centro de Araranguá.
Quanto tempo vai demorar para que olhem para o rio e descubram tudo o que ele tem e pode dar??!!