A decisão do deputado Luiz Fernando Vampiro de não assumir a liderança do governo Moisés na Assembleia teve a digital do ex-governador Eduardo Moreira. A rigor, Vampiro tomou a decisão depois de um racha na reunião da executiva estadual do partido sobre a proposta.
Os tradicionais do partido foram contra. Entenderam principalmente que isso representaria o embarque do partido no governo. O discurso mais contundente foi do ex-governador Eduardo Moreira. Além disso, Eduardo e Vampiro trocaram críticas.
Vampiro "pediu" que criticas e ataques contra ele sejam feitos diretamente, frente a frente, não “pelas costas”. Eduardo cobrou "reciprocidade" ao apoio que deu para a carreira política de Vampiro, e o acusou de incoerente, ao dizer que coerentes são “os Amin”, que não embarcam neste governo.
Depois de Eduardo, também foram contra Vampiro assumir a liderança, o presidente estadual do partido, Celso Maldaner, os ex-governadores Paulo Afonso e Casildo Maldaner.
No final da tarde, Vampiro telefonou para o secretario da Casa Civil do governo, Douglas Borba, para comunicar a sua decisão.
Ele vai continuar líder da bancada do MDB.
O risco
Sem apoio da executiva, Vampiro iria pagar caro, e sozinho, por eventual desgaste provocado ao partido por causa do governo Moisés. Aliado a isso, a projeção é de um ano difícil para o governo, com projetos polêmicos na Assembléia e relações que ja se apresentam conflituosas com vários segmentos do serviço público (dos fiscais da fazenda aos policiais).
Se fosse bem sucedido, no entanto, Vampiro teria peso politico de secretário de estado, com possibilidade de agilizar liberação de recursos para a região. Mas, ele preferiu não correr o risco.
Nada a ver
Deputado Vampiro voltou a rechaçar as especulações que seria candidato a prefeito. “Chance zero”, disse.
Garantiu que nos próximos 10 dias deverá filiar no partido quem será candidato.
Previdência
A pauta principal na reunião de ontem à noite do governador Moisés com os deputados aliados foi a proposta de reforma da previdência encaminhada para a Assembleia no segundo semestre de 2019.
Não foi anunciado o novo líder do governo.