Está convocada pelo prefeito Clésio Salvaro para hoje uma sessão extraordinária que promete na Câmara. A votação da reforma da previdência do município é o principal tópico, de uma pauta que já veio divergente. Tanto que quatro vereadores de oposição estão assinando um pedido à Justiça, que será encaminhado ainda hoje, para tentar suspender a sessão. Eles alegam que não há projetos de urgência urgentíssima que justifique a extraordinária. “A pauta está tenebrosa”, chegou a definir o vereador Ademir Honorato (MDB), que assina o pedido de suspensão com os colegas Julio Kaminski (PSDB), Zairo Casagrande (PSD) e Edson Paiol (PP), as mesmas “pedras no sapato” de sempre do Paço no Legislativo. São 29 projetos e o entendimento dos que questionam é que não há aumento de impostos nem nada que justifique tanta pressa para votar sem a devida análise com calma das pautas. O Sindicato dos Servidores Públicos (Siserpi), que foi chamado para uma exposição dos projetos na semana passada, também criticou e questiona.
Não é apenas a previdência municipal que causa polêmica no debate. Até o projeto de parceria com o Sebrae e Credisol, que o prefeito Salvaro vem apostando alto para gerar empregos e abrir empresas, é indagado. O vereador Ademir pergunta “se o município pode ser fiador, se vai usar dinheiro público para isso”.
Salvaro precisa de dois terços de votos. Será um teste interessante à base aliada e ao papel que o vereador Arleu da Silveira vem desempenhando desde quando deixou o Executivo para legislar e articular na Câmara.
Enquanto isso, a oposição, que segue mais barulhenta que numerosa, bate numa bandeira que, digamos, não é nova contra Salvaro: a pressa. Não é de hoje que vereadores reclamam do pouco tempo para analisar projetos. A lembrar que a Câmara tem um apimentado histórico em se tratando de embates extraordinários de fim de ano, que o digam os ex-vereadores João Fabris e Izio Inácio Hulk... Mas não vai chegar a esse ponto agora. Fato.
Criciumaprev
Poucos assuntos foram mais discutidos na Câmara em 2019 que o Criciumaprev. Agora, o projeto que Salvaro envia para a extraordinária propõe aumentar a contribuição dos servidores de 11% para 14%. Mas como a contribuição patronal tem que ser o dobro, é necessário rever a lei para diminuir o patronal. E esse é outro ponto de discórdia, que se não houvesse o afogadilho de hoje, renderia outro bom debate dos vereadores.