O ambiente é tenso.
Pais estão apavorados.
Diretores de estabelecimentos de ensino estão assustados.
Porque pipocam anúncios de ataque em estabelecimentos de ensino.
Na semana, temos três estabelecimentos de ensino da cidade em polvorosa.
Circulam avisos desde a semana passada de ataques que seriam realizados.
E nós decidimos:
Não vamos divulgar, nem tratar, de ameaça de ataque a estabelecimentos de ensino.
Postura adotada a partir do entendimento de especialistas que um dos objetivos dos autores é exatamente a notoriedade, chamar a atenção e ganhar espaço na mídia.
E quando houver ataque, não vamos dar nome de quem ataca.
Apenas registrar o fato e tratar de consequências, e responsabilidades.
Não vamos, mesmo que indiretamente, e sem a intenção, fazer o que o criminoso quer e busca.
Não tratar de ameaça de ataque, é evitar o chamado efeito contágio, que pode estimular atentados.
Entidades médicas apontam conexão causal entre violência na mídia e comportamento agressivo em algumas crianças.
Vamos evitar dar fama aos assassinos, ou aqueles que ameaçam, para não inspirar outros.
Dar visibilidade pode servir como um estímulo a novos ataques.
Nós apostamos no trabalho das forças de segurança e apoiamos dentro das nossas possibilidades.
Temos confiança, segurança, que isso vai passar.
Mas, precisamos fazer mudanças.
Mudança de postura, de prática, de tratar, de relacionar, de avaliar.
Decisão de dar notícia de ameaça e fazer restrições nas informações sobre atentados ocorridos faz parte, está em sintonia com isso.
O ambiente vivido é semelhante ao da pandemia. Marcado pela incerteza, e pela insegurança.
O vírus de agora traz um ambiente de ódio, de violência, por múltiplas razões, que ainda está sendo estudado, e pesquisado.
Mas, o vírus é espalhado pelas redes, pelo celular.
Via de regra, por fake news, que as pessoas repassam mecânica e automaticamente.
Recebem pelo Whatsapp, e vão repassando, sem checar, sem confirmar, sem avaliar direito.
Muitas vezes até escrevem:
"Não sei se é verdade”
Mas repassam. Espalhando o pânico, e fazendo o que o bandido quer.
Ouça o editorial completo: