Criciúma é uma cidade de tem tradição política forte.
O jornalista Upiara Boschi, que corre o estado, costuma dizer que Criciúma é a cidade onde mais se fala de política, e de articulações, composições, amarrações.
Deve estar aí a explicação para Criciúma ter sempre uma boa representação parlamentar, tanto na Assembléia Legislativa, quanto na Câmara Federal.
Hoje, tem cinco deputados estaduais. Nenhuma outra cidade do estado tem tantos. No sul, são oito estaduais.
Na Câmara Federal, Criciúma tem cinco deputados. De novo, nenhuma outra cidade tem tantos.
Para manter a tradição, os partidos começam a definir seus candidatos para eleição de 2022.
Falta quase um ano para definição oficial dos nomes, mas os processos para escolha começam a ser encaminhados.
Até lá, muita água vai passar por debaixo da ponte, nomes novos podem surgir, mas a tendência é que os futuros candidatos, ou quase todos, já estejam por aí, citados.
O PSDB decidiu que só terá um candidato a deputado estadual pela AMREC, e que vai ter o nome definido até o dia 30 de julho. Por consenso, ou no voto.
Cinco pré-candidatos se colocaram no páreo. Ex-deputado Cleiton Salvaro, secretário de saúde Acelio Casagrande, vereador Arleu a Silveira, ex-deputado Dóia Guglielmi e vereador Aroldinho Frigo.
O PP tinha o prefeito Gustavo Cancelier, de Urussanga, se movimentando para ser. Mas, o afastamento do cargo por decisão judicial e a denúncia da Polícia Federal por suposta corrupção, derrubam seus planos.
Com isso, volta ao processo, com força e campo aberto, o ex-deputado Valmir Comin.
No MDB, o ex-governador Eduardo Moreira tem dito a aliados que será candidato a estadual.
Mas, o médico Anibal Dário, que foi candidato a prefeito em 2020, pode atravessar o caminho.
Ele começa a sinalizar disposição de ser candidato.
E a professora Tati Teixeira também está no páreo, lançada pela deputada Ada de Luca.
A definir no MDB a situação da deputada Ada de Luca, que anuncia disposição de ser candidata a federal, mas pode tentar nova reeleição a estadual ou ser alternativa para uma suplência do Senado. O deputado Vampiro bateu o martelo, só será candidato a federal em 2022.
No PT, o candidato a vice-prefeito em 2020, Julio Bittencourt, deve ser o candidato a estadual.
No PSB, Fábio Brezola, "lançado" com pompa e circunstância pela direção do partido nesta quinta-feira.
No PSD, o deputado Julio Garcia está avaliando se disputará mais uma reeleição. Deve decidir até final do ano.
No PSL, tem o vereador Julio Kaminski praticamente já em campanha.
No PDT, deputado Rodrigo Minotto é candidato a reeleição.
No PL, o ex-prefeito Márcio Búrigo está candidatíssimo. Foi o primeiro candidato a deputado estadual a colocar o bloco na rua.
No partido de Bolsonaro, seja qual for, tem o deputado Jessé Lopes, também candidato a reeleição.
Para deputado federal, os três com mandato já anunciaram candidaturas a reeleição. Daniel Freitas, Geovana de Sá e Ricardo Guidi.
Outra candidatura definida para federal é Julia Zanatta, que foi candidata a prefeita em 2020.
É o mapa de hoje. Se a eleição fosse daqui a pouco.
Pelo que está posto, é possível repetir a maior bancada regional para o sul e confirmar Criciúma como a cidade com mais deputados.
Mas, o que preocupa é a eleição majoritária.
Clésio Salvaro é indiscutivelmente o nome mais forte. Respeitado em todo o estado. Tem na sua “ficha” três mandatos de deputado e três de prefeito. Político campeão de votos. O maior ativo eleitoral do seu partido no estado.
Criciúma não tem outro nome citado, ou mapeado, para a chapa majoritária.
Deputado influencia, palpita, pressiona, articula, consegue aprovar e encaminhar obras e projetos, mas não é dono da caneta. Não tem o volante na mão. Não bate o martelo. Fica no entorno.
As grandes decisões de governo são tiradas das mesas do núcleo de poder do executivo.
Criciúma precisa estar lá para ter projetos revolucionários, e transformadores.
Seja uma grande obra de infraestrutura, ou o encaminhamento de uma grande empresa, como uma montadora de veículos.
Lages é o exemplo mais recente. Estava na rabeira no PIB do estado e no movimento econômico.
Depois de dois mandatos do lajeado Raimundo Colombo, saltou para o meio da “tabela" e teve importante aquecimento na economia.
Criciúma precisa ter Governador.