Guardo alguns: logo depois de chegado a Criciúma (22 de junho de 1961, data lembrada com exatidão pelo seu imenso significado pra mim), algumas amizades se fizeram: Manoel Higino Maciel, Cleber Marinho, Doutor Henrique Packter, João Benedet, Taurino Pereira, José Martinho Luiz, Neri Jesuino da Rosa (prefeito eleito em 1960 pelo PTB), Romeu Lopes de Carvalho (Romeu Penicilina), Padre Mário Labarbutta, Padre Paulo Petruzellis (ambos do Bairro da Juventude), Ondino Castro Alves (o “Ondino Pinto Louco”, seu apelido), Francisca Vieira Reus, Vanilde Vieira Lopes (funcionárias, como eu, da prefeitura na época, entre 1961 e 1963), Maria Helena Frutuoso Schmitz (e Toninho, seu marido), Hélio Souza, Casimiro Schaucoski, Romeu Vanceta Drum, Hélio Zeferino, Valdir Paulo Berg (Maria Helena e Toninho, Hélio, Casimiro, Romeu Drum, Hélio e Valdir, funcionários da Carbonífera Próspera, como eu, entre 1964 e 1970), Bateria (Jovito Tiago Álvaro de Campos – gari da prefeitura e hoje nome de escola, inclusive), Burriquete (Divo de Jesus, pedinte boa praça e amigo de todos), Murilo Canto, Wilmar Peixoto, Pedro Guidi, Diomício Freitas, Altair Cascaes, Doutor Jacy Eustáchio Fretta, Luli Conti, Doutor Fernando Carneiro, Wilson Barata (Wilson Lopes Fernandes Freire Barata, nome completo), Dite Freitas, João Botelho (João Bonifácio Medeiros), Ediz Milaneze, Olávio Pavei, Moacir Jardim de Menezes, Célio Grijó, Manoel Ribeiro, Arlindo Junkes, Antônio Guglielmi Sobrinho, Fidélis Barato, Aristides Mendes (Tidinho), Nereu Guidi, Antônio Luiz, Clésio Búrigo, Milioli Neto, Sérgio Luciano (Joci Pereira, nome verdadeiro, então gerente da Rádio Eldorado). Poderia citar mais, porém devo me apertar num limite anual até 1963/1965, por aí. Depois vieram outros, no curso dos anos e até final da década e após ela (e são tantos e incontáveis). Direi depois.
Fico nesses porque as lembranças ardem ao relembrar as relações mantidas à custa de muitas tertúlias e papos descontraídos no Bar Damasco, no Café Rio, no Café São Paulo, no Café Ouro Preto, no Círculo São José, nas aglomeradíssimas noites de domingo na Praça Nereu Ramos e na Praça Etelvina Lins (sim, nem dava pra caminhar direito, tanta gente havia circulando e em “bolinhos” de conversa fiada). Posso ter esquecido algum detalhe e deixo com os meus seis leitores a tarefa de completar o relicário.
E uma lembrança é forte: circulava em casa de amigos no hoje Bairro Pio Correa. Casas de madeira, rústicas, algumas até pobres. Matagal completo e montes de pirita (resultado da mineração), com poças de água amarelada. Tudo muito inóspito. E então surgiu o Colégio Marista. Ao redor, cresceu o local. Pouco mais adiante, construíram mansões e virou “Vila dos Engenheiros”, porque seus moradores o eram. Viram ali um futuro imobiliário interessante, depois confirmado.
E fico pasmo ante a velocidade de mudanças nesses cenários. Próprio do progressismo, diria. E o visual se alterou drasticamente. E isso ocorreu em todos os pontos da cidade. Até em sua região central. A lembrar o atual Museu Augusto Casagrande. Bem lá atrás foi a única construção de alvenaria numa vastíssima região. Lá da Rua Seis de Janeiro se visualizava fácil e majestoso.
E o cheirinho de pão novinho da Padaria Brasil nas madrugadas? Ah, até “alvoroçava as bichas”, como dizia mamãe.
Noutra crônica falarei de momentos assim lá do Araranguá e tentarei resgatar os indícios do chão do meu cordão umbilical enterrado bem fundo pros bichos não bulirem com ele.