Fiquei olhando ao longe – com a imensidão do mar e das pedras agressivas, vislumbrando aquela visão magnífica e imaginando a cabeça de Camões ao sentenciar:
“Aqui onde a terra se acaba e o mar começa”, nos Lusíadas (Canto III), referindo-se ao Cabo da Roca, ponto mais ocidental de Portugal continental e da Europa continental. Fica na freguesia de Colares, concelho (sic) de Sintra e distrito de Lisboa.
O Cabo da Roca se precipita sobre o Oceano Atlântico e é visitável, não até o extremo, mas até uma área a 140 metros de altitude.
A sua flora é diversa e, em muitos casos, tem espécies únicas, sendo objeto de vários estudos que se estendem, igualmente, à geomorfologia.
Pois ali, em meio à modernidade, vê-se uma mistura de agressivo cenário – lindo e agressivo -, de matas extensas, caminho de pedras e chão batido ao longo da trilha.
Só Camões para cantá-la numa frase curta e definitiva: “Aqui onde a terra se acaba e o mar começa”.
Ali estivemos em dezembro de 2019, por recomendação da filha e do genro, que nos levaram até lá.
No cume de um morro está o Castelo dos Mouros e isso nos remeteu a sensações históricas seculares, de um tempo de Portugal invadida e recomeçada, país de descobridores e sábios. Como Camões, como Fernando Pessoa, como Alexandre Herculano, para citar só três dos mais notáveis.
Poucos podem imaginar o que se sente ao lá estar. O sabor é indizível. O lugar é único, geográfica e historicamente. Não existe similar (o ponto mais ocidental da Europa e de Portugal continental). E por isso o seu imenso valor.
Saudades de Portugal.