Agora mesmo, 2 de junho, fechei o primeiro ciclo anual de serviços na Rádio Câmara de Balneário Camboriú (@camarabc, na Internet). Um ano fugaz, rápido como o vento. Parece ter sido ontem. Fora do rádio por muitos anos, fiquei surpreso com o convite. De repente, um telefonema no meio da tarde me oferecendo a vaga. Era a chefe do RH da empresa Rockset, gestora da programação por contrato licitado pela Câmara. A surpresa teve várias razões: primeiro por ser eu e segundo por existirem tantos outros profissionais na área mais jovens. E eis a questão: a idade ficou fora da pauta desde o primeiro instante. O único questionamento não feito pela empresa.
Confesso ter ficado em dúvida. Afinal, a tecnologia atual na atividade é utilizada enormemente e eu só sei (ou sabia) o feijão e arroz. Bem, contratado, cheguei lá e espantei com a montoeira de computadores e botões para manipular na apresentação do programa: a emissora é oficial, lincada com a Rádio Câmara de Brasília e responsável, também, por compartilhar as programações do Congresso Nacional quando exigido formalmente. As manobras pra lá e pra cá são muitas, na entrada e saída das programações. Estava longe disso e algumas dificuldades de adaptação se apresentaram. Mas o aprendizado foi até rápido. Aperta daqui, erra dali, tira do ar aqui, põe ali e cheguei a um ponto ideal. Sei manipular aquela “barriga de porca” cheia de tetas. Estou afiado.
A grande diferença: na Rádio Câmara, oficial, há distância necessária de análises e abordagens polêmicas. Ainda mais de política, por razões óbvias. A convivência com os vereadores de todas as correntes ideológicas e de pensamento, cada um com sua forma e o jeito de querer e ser, faz a gente se equilibrar entre suas preferências. As entrevistas são pautadas por eles. Porém, chegou num ponto de eu indagar a cada um, e pedir autorização, pra adentrar um bocadinho em questões políticas. Sem juízos de valor, porém com assertividade. Todos concordaram e estamos indo bem.
O principal disso é: o Deba velho de guerra, do seu berço esplêndido de inatividade e aposentadoria usufruída com modestos méritos, retornou, aos 78 anos, à falação convencional num microfone.
A interatividade com colegas maravilhosos tem sido ótima. Gente mais nova – alguns bem novos – conduzem-me a um patamar diferente: o de aprender. A tal ponto ser a minha designação entre eles, carinhosamente (e para mim orgulhosamente) é “nosso estagiário”. Adoro. E assim vamos derrubando paradigmas. Vivamos nós. E vamos pra frente. Temos mais vida lá adiante.
Blog Aderbal Machado
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