Noite fechada de sábado no Araranguá, papai com ataque de dispneia. Como de hábito – toda semana acontecia – saí eu atrás de médico para atendê-lo. Normalmente o Dr. Mendoza (Edward Avancini). Naquela noite ele estava na boate do Fronteira Clube. Lá entrei e pedi para chamá-lo. Me senti um abusado. A música que ressoava no ambiente era “Ave Maria Lola”. E lá vi todos se divertindo. Mulheres e homens elegantes, de vestidos belíssimos e ternos alinhados. Mas a minha sina era do desespero e, por isso, fiquei conformado. Veio o dr. Mendoza e sugeriu procurar o Nilson da Farmácia (Nilson Nunes), que conhecia o problema de papai e estava de plantão em casa. Fui e Nilson me atendeu. Foi lá em casa, aplicou uma injeção intravenosa em papai. O alívio veio logo. Papai começou a respirar normalmente. Parecia algo milagroso. Essas noites ruins de papai ficaram para sempre gravadas em mim. E hoje, vivendo o mesmo drama da deficiência respiratória, posso sentir seu drama.
Blog Aderbal Machado
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