É bom sempre mostrar que a vida é uma sucessão de conquistas, não importando o tamanho e a forma e derrotas são tempero (ruim)
Eu tive, por muito tempo, uma profunda frustração (decorrente de burrice humana e teimosia de achar que, como a vida estava indo, formar-se era o de menos): não tinha diploma de ensino médio. E, em consequência, estava impedido, tecnicamente, de um monte de possibilidades na vida.
Um dia, em 2018, decidi por prestar as provas do Encceja. Fui de cabeça e tudo. Sem estudar uma vírgula do programa do curso. Resultado: aprovado de prima.
Sem desvios. Direto. Notas medianas, resultado da natural falta de vivência escolar. Apenas a confiança. Ou, como justifiquei, usando raciocínio lógico. Pois eram mais de 65 anos longe de salas de aula.
Ruim de matemática e outras ciências, confiei na prova de redação e português. Resultado: minhas melhores notas foram em matemática e ciências.
Recebi meu diploma, guardado com orgulho. Com ele, pude cursar escola para formação de Corretores de Imóveis. Aprovado com belas notas. Creci 41059-SC, para quem queira comprovar.
Antes disso, só para um tira-teima, decidi por prestar um vestibular. Com a ajuda e estímulo do meu amigo Leandro Índio da Silva (que pagou minha inscrição), prestei o exame: aprovado. Só não prossegui porque uma dificuldade se apresentou: sem conhecimentos básicos de matemática, física, biologia, química, iria apanhar muito. Por isso aconselho a ninguém se arriscar assim como eu: estude bem antes. Passe por um currículo normal.
De qualquer modo, me senti vitorioso por ter superado esses obstáculos que, ao longo do tempo, me pareciam monstruosos. A rigor e em princípio, não eram esse bicho todo. E não são. A estrutura do ensino é que precisa ser, em cada um, um instrumento de base. Num vestibular ou num Encceja dá até pra apelar ao raciocínio lógico. Mas um curso universitário é diferente: ou se sabe ou não se sabe.
Não sei de que serve eu estar dizendo isso, mas digo.
Deu vontade.