Visitando Portugal pela primeira e única vez até aqui, atentei para os fatos históricos marcados em Belém, de cujo ponto saíram Cabral e Vasco da Gama para suas aventuras e descobertas.
Fascinado por história, cuidei de visitar o Mosteiro dos Jerônimos, bem ao lado do local onde servem os internacionais “pastéis de Belém”, que, por sinal, degustei, após uma fila enorme cheia de gentes de todas as nacionalidades. Era dezembro de 2019, antes do Natal. Para lá fui dia 9 e de lá sai dia 29. Foram 20 dias de grandes aprendizados “in natura” ou “in loco”, se preferirem. Nada é mais vigoroso do que isto. Ali, dona Sonia e eu giramos o que deu. Não sem uma parada nostálgica à margem do Rio Tejo, com visão panorâmica da Ponte 25 de Abril, maravilha da engenharia e construída pelo ditador Salazar. Por ela passam veículos e trens. Um portento.
Na beira do Rio Tejo, num botequinho modesto, consultei o garçom como poderia ter Internet ali. Ele, imediatamente, me deu o login e a senha. E o sinal entrou rachando. E então meti uma live fora de gelo. Inesquecível.
Isso de sinal de Internet é muito doido: trabalhando na emissora oficial da Câmara de Balneário Camboriú, de vez em quando enfiamos um link de entrevista em vídeo. Os locais sempre têm problemas e falhas. Muitos em pontos ao lado da Câmara. E em duas entrevistas via link de vídeo, uma de Londres e outra de Lisboa, os sinais chegaram arrebentando. Alguma coisa tem aí nesse cafofo. E imagino o que seja.
Pois no Mosteiro dos Jerônimos, tive a honra de visitar os túmulos de Alexandre Herculano, Vasco da Gama, Camões e, destacadamente, de Fernando Pessoa (na imagem).
O registro aqui é apenas para aliviar a barra de um ano que encerra e abrindo luzes para o ano que vem. Este 2022 teve péssimos momentos, entremeado de bons. É assim a vida, porém não gostaria de fosse tão duro o ano, ao perder um irmão, uma cunhada do coração e ver meu gatinho, como agora, com doença grave.
De qualquer forma, tentemos alterar o rumo, com vontades, com disciplina, com rompimentos à força dos empecilhos e, quem sabe, com orações muito fortes.
Saravá ou amém.
Como homenagem a Fernando Pessoa, meu personagem predileto, mostro um de seus versos marcantes, que muito dizem sobre meus anseios:
...Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero..."
Fernando Pessoa
Trecho de A passagem das horas