Num sábado de maio, este dia 6 começou claro, com o sol entre nuvens.
Atrasado na remessa do texto semanal, aguardo a inspiração. Às vezes chega clara. Às vezes entremeada de incertezas ou convicções pouco intensas. Às vezes nem chega e me obrigo a ir colocando letra após letra, palavra após palavra até significar alguma coisa plausível e palatável. Às vezes consigo, às vezes não.
Pois hoje, cheio da ressaca de uma festa italiana de ontem à noite, tento alinhavar, como se dizia no meu bom tempo de Criciúma, “essas mal traçadas linhas”.
E assim vou desfilando lembranças. Do Paulo de Lima, meu dileto colega jornalista e parceiro de tantas jornadas no rádio e na televisão, com quem convivi lado a lado, ouvindo muito, falando muito, rindo bastante. Nossas histórias eram ricas. Daria vários livros.
Do Antônio Rosa, meu parceiro de banca no jornal da TV Eldorado e um dos mais completos apresentadores de programas sertanejos, seguindo um pioneirismo da Rede Bandeirandes à época.
Do Milioli Neto, rápido e sagaz nos seus comentários esportivos e até políticos, quando para isso era instigado. Do Antônio Luiz, gerente e coordenador da TV e da Rádio desde quando entrei e até eu sair. Da sempre querida Adilamar Rocha, depois dona de um sucesso inusitado como apresentadora de programa de rádio e hoje, como tantos, colocada no ostracismo forçado. Diria – um ostracismo imerecido, dolorido e tolo para quem o impôs. Do meu compadre e editor Gilberto Lima – cujas aptidões ultrapassavam o normal, porque, além de manipular o equipamento, tinha a visão objetiva da notícia nas suas variadas nuanças. Do próprio Adelor Lessa, meu repórter, personagem hoje estabelecido com o sucesso conquistado, graças à sua ousadia no trato profissional.
Poderia ir adiante e a nominata seria quase interminável, se circulasse ante nomes do pessoal da técnica, do pessoal de estúdio, dos câmeras, do pessoal da limpeza, dos diretores – como o sempre inesquecível Evaldo Stopassoli, lembrado aqui com gratidão e muita saudade. E também, esquecidos aqui por lapso natural de memória imposta pela idade provecta (79 anos), outros colegas ao longo do tempo.
Pois é assim. Num sábado, a inspiração vem aos borbotões e nem sempre ordenada. Noutro dia, aqui mesmo, expandirei este relicário.
Boa semana pro meu povo de Criciúma, do Araranguá e do sul como um todo.
Arriba e adelante.