O jornalista Adolfo Zigelli escreveu um único livro, resumindo crônicas de sua autoria lidas no programa “Vanguarda”, da Rádio Diário da Manhã, de Florianópolis. O título era “As Soluções Finais”. Nele, o saudoso radialista e jornalista joaçabense ironizava as medidas governamentais, principalmente as chamadas ‘Comissões Especiais”. Dizia que, quando alguém não quer resolver nada, nomeia uma comissão.
Contou Zigelli naquele livro, a história de um dedo-duro da época dos governos militares. Vivia denunciando “comunistas”. Todos os dias ele ia ao 5º Distrito dedar “comunistas”. Até que, num belo dia de vento sul, o comandante mandou prendê-lo. E ele não entendeu. Frente a frente com o comandante, ele perguntou, estupefato: “Por quê?”. E o comandante, não deixando dúvidas: “É que você conhece comunistas demais”.
Zigelli – e não tive a felicidade de conviver com ele – faleceu em 1975, agosto, num acidente de avião quando ia para a sua Joaçaba na qualidade de Secretário de Imprensa do governo Konder Reis. Passado tanto tempo, Florianópolis, apesar de toda a evolução do seu rádio, ainda sente que um Adolfo Zigelli teria lugar cativo em qualquer emissora e com larga vantagem.