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Elon Musk, Twitter e o algoritmo

Elon assumiu de vez o papel de protagonista de novela de compra do Twitter e segue mantendo o holofote em suas declarações na rede do passarinho azul

Por Ale Koga 18/05/2022 - 12:03

Em mais um capítulo da novela "Musk compra o Twitter", agora temos um possível recuo da iniciativa por conta de uma declaração de Musk dizendo que a rede não conseguiu provar que apenas 5% dos usuários são bots e spammers. E se eles não reverterem isso, apesar dele ainda ter interesse em comprar a rede, pode ser que desista.

Quando li a notícia, imediatamente pensei: "Que espertinho! Baita jogada para justificar uma possível desistência ou desvalorizar o Twitter". Ou os dois, talvez. Fato é que, Musk não dá ponto sem nó e desde a primeira declaração sobre esse tema, já deve ter na cabeça toda uma estratégia que envolve muita polêmica, vai e volta e holofotes da mídia em cima de cada tweet que fizer. Afinal, se todo processo de compra tem auditoria interna, por que tornar isso público? Já sabemos que é um procedimento normal mas quando se trata de Musk, nada é por acaso.

E armado o terreno perfeito para jogar o seu jogo predileto, Musk começou a usar de sua própria conta no Twitter para fazer o que sabe de melhor: tweets irônicos e provocativos. Arthur Lessa, em seu último post aqui, relatou melhor um dos ocorridos. Mas, por mais que sua estratégia seja a de criar polêmica e soltar coisas no ar, pelo menos uma vez ele disse algo coerente nessa novela que de fato pode desvalidar o discurso de Jack Dorsey, atual CEO do Twitter.

Em um de seus tradicionais tweets de sábado, ele instruiu os usuários a mudarem seus feeds de "tweets mais relevantes" para "tweets mais recentes" onde o conteúdo é mostrado em ordem cronológica (essa, que vos escreve, já utiliza a rede dessa forma faz tempo e também recomenda). E ele o fez, não porque está sendo bonzinho dando uma dica para melhorar a nossa experiência na rede e sim para o famoso "morde e assopra" irônico. Em sua mensagem, complementou: "Vocês estão sendo manipulados pelo algoritmo de maneiras que não fazem ideia. É muito fácil mudar a configuração e voltar para notar a diferença".

E ainda completou:

Tal declaração vestiu o número certinho da carapuça de Jack Dorsey, que se ofendeu e rebateu Musk dizendo que o algoritmo do feed do Twitter foi desenvolvido para pessoas que não olham obsessivamente o Twitter. Maaaas, em uma resposta a um usuário da rede, depois acabou admitindo que o algoritmo pode causar "consequências inesperadas", mas afirmou que não foi desenvolvido para manipular os usuários.

Ou seja: em nenhum momento ele disse ao Musk que o algoritmo não tem a intenção de manipular, que apenas "acontece". Logo: ponto para o Musk! Você tem que mudar a configuração de "tweets mais relevantes" para "tweets mais recentes" para que o algoritmo não escolha o conteúdo por você. E com isso, o discurso de Musk de transformar o Twitter em uma rede com liberdade de expressão e livre de algoritmos só ganha mais força.

E as cenas dos próximos capítulos? Que (literalmente) venham os próximos tweets...

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