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A cura pela palavra

Por Ananda Figueiredo 27/08/2017 - 15:30 Atualizado em 27/08/2017 - 16:37

Em algum momento da sua vida, você já tomou algum antitérmico, analgésico ou relaxante muscular, certo? Imagino que também possa afirmar que você já tenha tomado mais de uma vez e, inclusive, sem receituário médico. Como sabe, então, que a medicação foi eficaz? Suponho que você esteja pensando agora: "Ora, Ananda, porque deixei de sofrer com a dor que estava sentindo."

Ok! Vamos falar então de outra abordagem terapêutica, focando nos resultados que ela tem oferecido no tratameto dos mais diversos sofrimentos: a psicoterapia. Ainda nos anos 1800, ao atender Bertha Pappenheim (que, nos escritos, foi chamada de Anna O.), paciente que sofria de alucinações histéricas, sonambulismo e se recusava até a beber água, Freud teve uma sacada genial: expressar em voz alta pensamentos opressores e resgatar lembranças traumáticas causam efeitos benéficos não só à mente, mas também ao corpo.  Desde então, muitas pesquisas têm sido realizadas neste campo e, aqui, focaremos em duas da área das neurociências, recentemente concluídas.

No ano passado, a Universidade de Amsterdã submeteu 20 pessoas com transtorno do estresse pós-traumático (distúrbio que geralmente atinge quem passa por traumas como sequestro, acidentes graves e abuso sexual) a sessões semanais de psicoterapia psicanalítica durante quatro meses. Enquanto isso, outras 15 pessoas com o mesmo diagnóstico ficaram num grupo sem tratamento. Ao final deste período, o cérebro de quem fez terapia mudou: houve mais atividade em regiões do córtex pré-frontal, o que, na prática, significa dizer que o tratamento deu alívio a sintomas que têm estreita relação com traumas, como o estado de alerta permanente e recordações que geram intenso sofrimento, que se manifestam em pesadelos e pensamentos recorrentes.

Antes disso, uma pesquisa semelhante realizada na Universidade de São Paulo, também com pacientes com estresse pós-traumático, concluiu que aqueles que foram às sessões de psicoterapia tiveram mais atividade no córtex pré-frontal e menos na amígdala. Como esta parte do cérebro regula nossa sensação de medo, a relação é direta: a terapia reduziu o medo e a ansiedade dos pacientes.

Você pode, ainda, perguntar àqueles que já fizeram psicoterapia, por qualquer razão que seja. Vou inserir aqui o feedback de um paciente que atendi alguns anos atrás (ele autorizou a reprodução):

"Está sendo de suma importância para a melhora da minha qualidade de vida, me ajudando a abrir portas que eu não imaginava que pudesse conseguir, estou conseguindo mudanças na forma de sentir e reagir. Décadas de muita angústia e sofrimento, mas subi degraus e minha autoestima saiu do zero. Do receio e apreensão que tive nas primeiras sessões, hoje tenho prazer, fortalecimento gradativo e esperança."

Por que estou escrevendo sobre isso? Porque hoje, dia 27 de agosto, é o dia do psicólogo - parabéns, queridos colegas! E, especialmente, para agradecer cada paciente que à mim confia a honra de conhecer suas mazelas e tocar em seu sofrimento para, juntos, construirmos uma vida mais leve, saudável e feliz. E, ainda, para dizer para você, caro leitor, que é possível, bem possível, resolver seu problema e dar fim ao seu sofrimento, com a mesma certeza que você tem quando toma um antitérmico, analgésico ou relaxante muscular. Criciúma e região têm excelentes profissionais, tenho certeza que você encontrará um psicólogo ou psicóloga para chamar de seu ;)

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