Estreiou no último final de semana na Netflix o filme "Yes Day" (ou "Dia do Sim", na versão em português). Ele retrata uma família em que a mãe se dedica exclusivamente aos cuidados dos filhos, educando de forma bastante autoritária e com muitos "nãos". Por outro lado, o pai, advogado de uma empresa de tecnologia, usa todos os "nãos" que sabe dizer no trabalho, enquanto em casa é o típico pai-amigão, com comportamento bastante permissivo com os filhos.
A história se dá quando ambos são chamados à escola para conversar sobre o conteúdo de trabalhos escolares das crianças, que retratam a dinâmica rígida da família. Numa tentativa de melhorar a relação, descobrem o "dia do sim", dia em que são os filhos que decidem tudo.
O filme, daqueles de sentar com a família toda no sofá para assistir, retrata bem a díade rigidez x permissividade e a busca pelo extremo oposto numa tentativa de corrigir o que parece ruim num dos polos.
Mas, será que é este mesmo um movimento necessário? Será que ser um pouco permissivo é o jeito de equilibrar um tantão de rigidez?
E se, ao invés de vestirmos todos os "nãos" e depois os abandonarmos completamente, pudermos nos perguntar:
Isto que estou proibindo precisa mesmo ser proibido?
Por que estou dizendo este "não"?
E se, todos os dias, a cada pedido dos nossos filhos, nos perguntarmos:
Por que não?
Existem "nãos" que precisam ser ditos. Existem "sim" que merecem ser ditos. Pela criança. Por ti. Pela conexão de vocês.