Os mais antigos moradores de Santa Maria foram os índios Minuanos. Italianos, alemães, portugueses, espanhóis, indígenas e negros escravos chegam depois e também compõem as etnias que originaram a população da cidade. A lenda indígena da origem do município conta com o bandeirante Morotin que se casa com a índia Imembuí, da tribo dos Minuanos..
Às margens do Arroio També conviviam em paz duas tribos, Tapes e Minuanos, estes habitando região do município conhecida como Coxilha do Pau Fincado - mais para a região da campanha. Os Tapes, em maior número, viviam para os lados da serra.
O lugar era chamado pelos índios de Ybitory-Retan (terra da alegria). Ibotiquintã, esposa do cacique dos Minuanos, deu à luz menina que chamou de Ymembuí (filha das águas). Mais tarde, mocinha, Imembuy passa a ser assediada pela rapaziada e um destes jovens índios, Acangatú, rejeitado pela beldade, abandona a tribo.
É quando chega tropa de bandeirantes portugueses para demarcar fronteiras que é emboscada e dizimada pelos Minuanos. Os índios poupam apenas dois sobreviventes. Um deles é mandado de volta para contar a desgraça ocorrida com os demais; Rodrigues, o outro, seria sacrificado, em ritual sangrento.
Rodrigues, depois Morotin deve escolher: ou casa, ou morre
Escolhe casar, claro. Rodrigues era português, mas não tanto assim. Conquistando e casando com Imembuy livra-se da morte. Rodrigues recebe, então, nome indígena, Morotin. Tiveram um filho, José, que, brincando, perde-se na mata, sendo salvo pelo desaparecido Acangatú que se decide por retornar à tribo.
Portugal e Espanha firmam tratado, acordando a devolução de terras ocupadas ilegalmente por ambas as partes (Tratado Preliminar de Restituições Recíprocas, 1777). Em 1787, comissão de espanhóis e portugueses, passa pela região e divide o território em sesmarias. Francisco de Amorim recebe gleba onde hoje se situa a cidade, depois comprada pelo Pe. Ambrosio José de Freitas.
O acampamento da comissão demarcadora de limites entre terras de domínio espanhol e português, cria a cidade (1797). O engenheiro e astrônomo José Saldanha Marinho chefiava a comissão demarcadora. Desentendimentos relativos aos limites dos dois territórios e desavença com o comissário espanhol, D. Diogo de Albear (1797), faz a 2ª Subdivisão Demarcadora, comandada pelo Cel Francisco João Róscio, retornar a Santa Maria. A comissão monta acampamento onde hoje está a Praça Saldanha Marinho e a Rua do Acampamento. Esta, fica conhecido por Acampamento de Santa Maria e, mais tarde, Acampamento de Santa Maria da Boca do Monte, nome dado pelos espanhóis, por ficar na entrada da serra que leva a São Martinho.
Assim, a Rua do Acampamento surge no local dos ranchos dos demarcadores. Depois vem a Rua Pacifica, atual Dr. Bozano, a mais importante artéria comercial da cidade e que levava ao Passo da Areia. O 28º Batalhão de Estrangeiros chega para lutar na Guerra Cisplatina (1828). Em 17.11.1837 Santa Maria passou a freguesia e a praça era a Praça da Matriz. Intensifica-se o povoamento da região, muitos militares optam por ficar na freguesia após baixa da tropa. Colonos vindos das bandas de São Leopoldo iniciam o ciclo da colonização alemã. Santa Maria, elevada à condição de Vila, separa-se de Cachoeira do Sul (1857). Criado em 16.12.1857 o município é instalado em 17.5.1858.