Confirmadas 15 mortes por CORONAVÍRUS em São Paulo e mais três no Rio de Janeiro, sábado 21 de março, João Doria anuncia estado de calamidade pública no estado de São Paulo
Estudo feito pelo Observatório CONID-19 Brasil, apontou que o ritmo da disseminação no país está igual ao da Itália no início do surto. De acordo com a pesquisa, o número de pessoas infectadas dobra a cada 54 horas — o que projeta uma perspectivas sombrias.
Nos últimos dias tenho relembrado leituras de antanho. . Sem dúvidas, a mais lembrada é a A Peste, do franco-argelino Albert Camus vulto maior do pensamento no século 20 e vencedor do Nobel de Literatura.
Camus constrói cenário caótico e sufocante. No entanto, sobretudo na perspectiva do autor, a leitura de desolação absoluta pode ser feita como de humana esperança.
Na ficção de Camus, um surto de peste toma a bela e real cidade branca de Orã, banhada pelo Mar Mediterrâneo, na costa da Argélia. Sua população é empurrada para a solidariedade e para tocar a consciência sobre nosso papel como seres humanos. Mesmo que isso respingue num certo egoísmo comparado por vezes ao tal senso de preservação. Mesmo em nossa realidade atual, frente a essa repentina pandemia, quem ainda não se perguntou como ficarão as coisas?, ou então como posso me precaver para evitar privações que assolarão as pessoas?
FOLHA DE SÃO PAULO X BOLSONARO
A Folha pede isolamento de Bolsonaro para Brasil enfrentar a crise
Jornal afirma que "diante da enormidade do desafio, cujo sucesso será avaliado em vidas e empregos poupados, seria desperdício de tempo preocupar-se com as bizarrices de Bolsonaro". O governador paulista Doria já criticou a falte de liderança que deveria ser exercida pelo presidente, neste momento.
Em editorial publicado na segunda-feira (17), a Folha critica a "atitude estúpida de ir ao encontro de sua diminuta seita de extremistas neste domingo (15)" e afirma que "o melhor, pois, é deixar o ocupante, intelectual e politicamente isolado do Planalto falando e fazendo asneiras sozinho, enquanto os capacitados se incumbem da tarefa monumental".
De acordo com o texto, "Jair Bolsonaro ameaça tornar-se obstáculo à extraordinária coordenação de esforços e recursos necessária para mitigar o impacto que a disseminação do Covid-19 exercerá no sistema de saúde, no bem-estar de dezenas de milhões de brasileiros e na economia, duramente atingida".
O editorial lembra que "o fluxo de informações e decisões necessita ser fluido e ancorado em evidências. Planos de contingência para hipóteses extremas, como o bloqueio de circulação em regiões com vasto contingente populacional, precisam estar delineados em questão de poucos dias".
Outro problema apontado pela Folha é a "enorme parcela dos trabalhadores na informalidade e de desempregados; milhões de famílias poderão ter queda vertiginosa em seu poder de compra. Será preciso garantir a alimentação desses brasileiros"
A Folha reitera em editorial que "diante da enormidade do desafio, cujo sucesso será avaliado em vidas e empregos poupados, seria desperdício de tempo preocupar-se com as bizarrices de Bolsonaro". E pede que ele "permaneça em seu confinamento de fato até que a crise esteja superada. Todos terão a ganhar".3206