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Golpe de Sorte de Woody Allen

Ator, escritor, músico, comediante, roteirista, cineasta, atua de 1950 até hoje

Por Henrique Packter 23/09/2024 - 12:15

Allan Stewart Konigsberg, o Woody Allen, de Nova York, 88 anos, nascido em 30.11.1935, ator, escritor, músico, comediante, roteirista, cineasta, atua de 1950 até hoje. Foi casado com Harlene Susan Rosen (1956–1962),Louise Lasser (1966–1970), Diane Keaton (1970-197),Mia Farrow (1980–1992), Soon-Yi Previn (1997–hoje) e tem cinco filhos.

INFÂNCIA A FAMÍLIA

Heywood Allen (nascido Allan Stewart Konigsberg), Nova Iorque, 30.11.1935,  nome artístico Woody Allen, cineasta, ator e comediante estadunidense cuja carreira beira 6 décadas. Embora a família morasse no Brooklyn, o nascimento ocorreu no Hospital Mount Eden, no Bronx. Os pais de Allen nasceram e foram criados no Lower East Side de Manhattan. Eram Nettie (nascida Cherry, 1906–2002), contadora da delicatesse familiar e Martin Konigsberg (1900–2001),  gravador de joias e garçom. Seus avós eram imigrantes que vieram da Áustria e da cidade lituana de Panevėžys para os EUA. Eles falavam alemão, hebraico e iídiche. Woody e a irmã mais nova, a produtora de cinema Letty, foram criados no bairro de Midwood, no Brooklyn.  Eram judeus. Os pais de Allen não se davam bem e ele tinha relacionamento distante com sua mãe descrita como autoritária e mal-humorada. Costumava ser enviado a acampamentos de verão inter-religiosos quando jovem. Enquanto frequentou a escola hebraica por oito anos, ele foi para a Escola Pública 99 (agora Escola Isaac Asimov de Ciência e Literatura) e para a Midwood High School, graduando-se em 1953. Na época, Allen interessava-se por beisebol na escola. Impressionava as pessoas com seu talento para cartas e truques de mágica.

Allen escrevia piadas para David O. Alber ganhando algum dinheiro, pois Alber as vendia para colunistas de jornais. Aos 17 anos, mudou legalmente seu nome para Heywood Allen e mais tarde passou a chamar-se Woody. Logo estava ganhando mais do que seus pais juntos. Após o colegial, frequentou a Universidade de Nova York, estudando comunicação e cinema (1953), antes de abandonar o curso após ser reprovado em "Produção Cinematográfica". Estudou cinema no City College de Nova York (1954), mas saiu no primeiro semestre. Allen, autodidata, aprendia sozinho. Mais tarde, lecionou na The New School e estudou com o professor de redação Lajos Egri.

ALGUNS PRÊMIOS

Woody recebeu o maior número de indicações (16) ao Oscar de Melhor Roteiro Original, quatro Oscars, dez BAFTA, dois Globos de Ouro e um Grammy, além de indicações ao Emmy e ao Tony. Também recebeu Leão de Ouro Honorário em 1995, bolsa BAFTA em 1997, Palma de Ouro Honorária em 2002 e Globo de Ouro Cecil B. DeMille Award em 2014. Dois filmes seus foram incluídos no National Film Registry pela Biblioteca do Congresso dos EUA.

TRABALHOS

Começou escrevendo para televisão na década de 1950, ao lado de Mel Brooks, Carl Reiner, Larry Gelbart e Neil Simon. Publicou vários livros de contos e escreveu peças de humor para a revista The New Yorker. No início da década de 1960 atuou como comediante stand-up em Greenwich Village, onde desenvolveu estilo de monólogo (em vez de piadas tradicionais) e a figura de um nebbish inseguro, intelectual e irritadiço. Durante esse tempo lançou três álbuns de comédia, ganhando uma indicação ao Grammy de Melhor Álbum de Comédia (1964).

Escreveu, dirigiu e estrelou várias comédias pastelão, como Take the Money and Run (1969), Bananas (1971), Sleeper (1973) e Love and Death (1975). Allen dirigiu vários filmes ambientados na cidade de Nova York (Manhattan (1979), Hannah and Her Sisters (1986) e Crimes and Misdemeanors 1989). Lançava um filme quase todos os anos, sendo frequentemente identificado como parte da onda de cineastas da Nova Hollywood cujo trabalho era influenciado pelo cinema artístico europeu. Seus filmes incluem Interiores (1978), Stardust Memories (1980), Zelig (1983), Broadway Danny Rose (1984), The Purple Rose of Cairo (1985), Radio Days (1987), Husbands and Wives (1992), Bullets Over Broadway (1994), Desconstruindo Harry (1997), Match Point (2005), Vicky Cristina Barcelona (2008), Meia-Noite em Paris (2011) e Blue Jasmine (2013).

Em 1979, Allen relaciona-se profissional e pessoalmente com a atriz Mia Farrow. Por 10 anos atuaram em 13 filmes diferentes. Separam-se quando Allen começa relacionamento (1991) com a filha adotiva de Mia e Andre Previn, a sul-coreana Soon-Yi Previn. Em 1992, Farrow acusou Allen de abusar sexualmente de sua outra filha adotiva, Dylan Farrowcom quem se casou em 1997. A alegação ganha atenção da mídia, mas Allen nunca foi processado ou acusado formalmente e negou sempre a alegação. Após a separação, Mia afirmou que o diretor havia molestado a outra filha adotiva do casal. Allen e Previn casaram-se em 1997. Adotaram 02 filhos.

PRODUÇÕES

Em 1964, Woody já respeitável comediante, gravou o disco Woody Allen, dos seus shows, indicado ao Prêmio Grammy. Sua primeira experiência cinematográfica aconteceu ano seguinte, quando numa dessas apresentações chamou a atenção de produtor de cinema que o chamou para escrever e estrelar What's New Pussycat? (O Que é Que Há, Gatinha?, em Portugal O Que Há de Novo, Gatinha?), parodiando filme de James Bond. Como diretor estreou em 1969, com "Um assaltante bem trapalhão". De lá para cá foram mais de um filme por ano.

O primeiro filme premiado de Woody Allen e de maior sucesso foi Annie Hall (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, 1977), que recebeu quatro Oscars (três para Allen, de melhor filme, roteiro e direção e um para Diane Keaton, de melhor atriz).

Apesar de não ter comparecido a nenhuma das cerimônias em que estava concorrendo, Woody conquistou outro prêmio de melhor roteiro original, por Hannah and her Sisters (Hannah e suas Irmãs), recebendo outras 18 indicações em diversas categorias. Em 2002, no Oscar seguinte aos atentados de 11 de setembro nos EUA, Allen finalmente compareceu à cerimônia para homenagear a cidade de Nova York, cenário de praticamente todos os seus filmes. Lá, rodou outro clássico seu, Manhattan, recebedor de diversos prêmios e que contou com as presenças de Meryl Streep e Diane Keaton, com quem teve um relacionamento.

Antes da fama, Woody Allen já tivera dois casamentos e dois divórcios, com Harlene Rosen e Louise Lasser. Depois da fama, relacionou-se com várias importantes atrizes, que sempre interpretavam os papéis principais de seus filmes, até se firmar com Mia Farrow. Fã de Ingmar Bergman, Groucho Marx, Federico Fellini, Cole Porter, Fiódor Dostoiévski e Anton Chekhov, já trabalhou com Carrie Fisher, Michael Caine, Diane Keaton, Max Von Sydow, Madonna, Martin Landau, Gene Wilder, Anjelica Huston, Meryl Streep, Sydney Pollack, Judy Davis, Liam Neeson, Juliette Lewis, Alan Alda, Goldie Hawn, Leonardo DiCaprio, Edward Norton, Drew Barrymore, Julia Roberts, Mira Sorvino, Helena Bonham Carter, Tim Roth, Natalie Portman, Dianne Wiest, Helen Hunt, Charlize Theron, Dan Aykroyd, Danny DeVito, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Cate Blanchett, Owen Wilson, Rachel McAdams, Naomi Watts, Alec Baldwin, entre outros. Allen também é conhecido por descobrir atrizes. Um lançamento de destaque foi Mira Sorvino, que conquistou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel a ela conferido por Allen em Mighty Aphrodite (Poderosa Afrodite). Sua atual musa é Emma Stone.

Dirigindo, atuando e escrevendo a maioria de seus filmes, Woody Allen encarna, na maioria das vezes, um judeu nova-iorquino neurótico e fracassado. Com alguns filmes otimistas e outros nem tanto, o cineasta consegue repetir os temas sem parecer repetitivo. Nesta linha, dirigiu: A Midsummer Night's Sex Comedy (Sonhos Eróticos Numa Noite de Verão), Crimes and Misdemeanors (Crimes e Pecados), Manhattan Murder Mystery (no BraUm Misterioso Assassinato em Manhattan), Everyone Says I Love You (Todos Dizem Eu te Amo e, Toda a Gente Diz que te Amo), Deconstructing Harry (Desconstruindo Harry), Bullets over Broadway (Tiros na Broadway), The Purple Rose of Cairo (A Rosa Púrpura do Cairo)...

Em 2000, iniciou um contrato com a DreamWorks que correspondeu ao que a crítica julgou ser sua pior fase. Apesar de realizar Small Time Crooks (Trapaceiros; Vigaristas de Bairro), The Curse of Jade Scorpion (O Escorpião de Jade; A Maldição do Escorpião de Jade), Hollywood Ending (Dirigindo no Escuro) e Anything Else (Igual a Tudo na Vida; A Vida e Tudo o Mais); nessa fase, Allen nunca chegou a ser brilhante. Ele próprio declarou que The Curse of Jade Scorpion é um dos piores filmes de sua carreira, e que estava horrível no papel de C.W. Briggs, que só o fez porque não arranjou ninguém ideal.

Findando seu contrato com a empresa de Steven Spielberg, Allen decidiu reatar o namoro com o drama. Primeiro veio a aproximação com o gênero, com o Melinda e Melinda, seguido de Match Point, que foi o primeiro drama do cineasta em 16 anos. Arrebatou muitos elogios da crítica e recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, inclusive o de melhor filme de drama, e uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original. Match Point marcou por ser o primeiro filme de Allen passado em Londres e também o primeiro com a atriz Scarlett Johansson. O diretor retornou à comédia em seu projeto seguinte, Scoop, também com Scarlett.

Em 2008, lançou o filme Cassandra's Dream (O Sonho de Cassandra), sobre dois irmãos com problemas financeiros que são contratados pelo seu tio milionário para assassinarem inimigo dele. O filme foi mal-recebido pela crítica e considerado dos piores de Woody Allen. Woody não atua neste filme. Ainda em 2008, realizou o filme Vicky Cristina Barcelona, também com Scarlett Johansson.

Além de comediante, diretor, roteirista e ator de cinema, Woody Allen tocava clarinete semanalmente num bar de Nova Iorque. Sua ligação com a música, principalmente com o Jazz, pode ser conferida em todos os seus filmes, dos quais é responsável também pela escolha da trilha sonora. Em 2002 participou, pela primeira vez, do Festival de Cannes, onde ganhou uma Palma de Ouro pelo conjunto de sua obra. Woody Allen se descreve da seguinte maneira "As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou um intelectual (porque uso óculos) e que sou um artista (porque meus filmes sempre perdem dinheiro)".

 

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