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Histórias de médicos

Por Henrique Packter 17/10/2022 - 09:00 Atualizado em 17/10/2022 - 09:00

OLAVO DE ASSIS SARTORI clinicou por longos anos em Criciúma, tendo nascido em Ubá, MG, em 11.6.1916. Casou-se com Aracele Formel Sartori, tendo o casal dois filhos, Indaiá Maria e Djalma Poty.

Sartori formou-se em Medicina no RJ pela Faculdade Nacional de Medicina em 1938, chegando a Criciúma em 3.7.1943, convidado pelo conterrâneo, também médico, Paulo Carneiro, que clinicava desde 1930 na Laguna. Paulo Carneiro era também nascido em Ubá e também graduara-se no RJ.

Sartori trabalhou exclusivamente no Hospital São José de Criciúma.

Era clínico, cirurgião e obstetra embora tenha tido algum interesse na construção do Hospital São João Batista, juntamente com o médico Lourenço Cianci Filho e o empresário João Sorato, Isso, em 1961. Em 13.5.1962 o Hospital São João Batista foi inaugurado e em 1962, Lourenço Cianci Filho  transferiu residência para Joinville onde faleceu a 17.7.1992. 

Sartori atendeu como médico-chefe no Posto de Puericultura do bairro Operária Velha e também trabalhou no ambulatório da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Empregados da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, mais tarde incorporada ao INAMPS. Foi sócio fundador do Rotary  que presidiu na gestão 56/57. Presidiu também o clube de futebol Ouro Preto,, alvinegro (como o Botafogo do RJ). Cidadão honorário de Criciúma em 11 de junho de 1979.

Sartori faleceu em Criciúma a 19 de junho de 1989, aos 73 anos de idade.

Era pessoa admirável, bem humorada, profissional humanitário, atendendo gratuitamente a imensa maioria de seus clientes aos quais ainda fornecia amostras de medicamentos. Sempre declarou, para quem quisesse ouvir, que tinha três influências na vida: a sigla política UDN, o Botafogo do RJ e o Brigadeiro Eduardo Gomes, candidato à presidência da república, não eleito.

Sempre tinha uma piada, um fato pitoresco, algo engraçado para contar, mas sua história predileta era sobre Benedito Valadares, governador de MG de 15.12.1933   a 4.11.1945.  Benedito era, à época, modesto e tranquilo deputado federal, jornalista de profissão e nome impensável para exercer cargo dessa dimensão. Foi convidado pessoalmente por Getúlio Vargas para exercer a governadoria de MG.

O povo se perguntava:

- Será o Benedito?

Era início de 1945, o mundo estava em paz e modesto, mas sagaz operário do interior das Alterosas, vem até o Palácio do Governo em Belo Horizonte atrás de emprego como gari. Trazia algumas recomendações numa velha e já muito gasta pasta, provavelmente escolar. Espera o dia todo na antessala governamental. Tarde da noite, já sozinho, um ajudante de ordens apercebe-se da presença do pleiteante a emprego e diz-lhe:

- Aproveita que o governador está sozinho, vai lá e mostra o teu currículo para ele!

O bom mineiro, mostrando o muque, braço esquerdo elevado, mão cerrada e vibrando responde:

- Aqui, ó!

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