Quem saberá da vida de JOSÉ PIMENTEL, figura maiúscula dos primórdios de nossa cidade? Poucos nativos, muito poucos.
Nascer, nasceu em Aracruz, ES, em 03.03.1915. Para a historiografia brasileira o ano de 1915 é pleno de significados.
Pimentel nasceu quando morria a guerra do Contestado. A 08.02.1914 em ação conjunta de SC, PR, mais governo federal, chega a Taquaruçu efetivo de 700 soldados, com artilharia e metralhadoras. Eles incendeiam o acampamento dos jagunços, sem ocasionar muitas perdas humanas, uma vez que os caboclos e fiéis da causa do Contestado haviam se refugiado em Caraguatá, de difícil acesso e onde já viviam perto de 20 mil pessoas. Hoje, Taquaruçu está localizado em distrito de Palmas, capital do Tocantins, segundo o IBGE. Em 2010 contava 4 739 habitantes e um total de 1.597 domicílios particulares.
TAQUARUÇU
Município criado pela lei estadual de Goiás (1º.01.1988), com o nome de Taquarassu do Porto (instalado em 1º.06.1989), pela resolução nº 28, de 29.12.1989, o município passou a pertencer, sob condição de distrito, à cidade de Palmas, criada pelo mesmo decreto.
Taquaruçu, também conhecido como a região serrana de Palmas, localidade mais alta e fria do município, tem altitude média de 410,9m. O distrito tem diversas cachoeiras, dentre elas Taquaruçu, Roncadeira, Evilson e etc. A região possui belíssimos balneários naturais, destacando-se o vale do Vai Quem Quer. Grande atrativo local é o rapel na Cachoeira do Roncador e a Tirolesa Voo do Pontal. Esta é a maior da região norte e está entre as três maiores tirolesas do Brasil. Extensão de 1300m e altura mais de 200 metros garantem a adrenalina e emoção. Taquaruçu é grande atrativo turístico do Tocantins.
Abriga ecossistemas variados que incluem vegetação rasteira do cerrado, solo seco da caatinga e até árvores gigantes amazônicas com mais de 300 anos de existência.
De março a maio outras expedições foram realizadas, todas sem sucesso. Em 09.03.1914, embaladas pela vitória de Taquaruçu, que tinham destruído completamente, as tropas cercam e atacam Caraguatá, com resultado desastroso, culminando na fuga em pânico dos soldados, perseguidas pelos rebeldes. A nova vitória encheu os contestadores de ânimo. O fato repercute em todo o interior e traz para o reduto maior número de pessoas com interesses afins. Também atinge ao governo e aos órgãos legalmente constituídos.
Mais e mais pessoas se engajavam abertamente ao movimento insurreto, formavam piquetes para arrebanhar animais da região a fim de suprir as necessidades alimentícias do núcleo de Caraguatá. Criam os redutos de Bom Sossego e São Sebastião. Só neste último se aglomeravam cerca de 2 mil pessoas. Além de colocar em prática técnicas de guerrilha para a defesa dos ataques do governo, os "fanáticos" passaram ao contra-ataque.
Em 02/09 lançaram documento intitulado "Manifesto Monarquista", deflagrando, a partir de então, o que chamavam de guerra santa, caracterizada por saques e invasões de propriedades de coronéis e por discurso que exigia pobreza e cobrava exploração ao máximo da República.
Das fazendas dos coronéis tomavam tudo de que precisavam para suprir as necessidades do reduto. Além disso, amparados nas vitórias tidas, atacaram cidades. Em Curitibanos, alvos eram invariavelmente os cartórios, locais onde havia registros das terras que antes a eles pertenciam. Num outro ataque em Calmon, destruíram completamente a segunda serraria da Lumber, uma das empresas estrangeiras que exploravam a madeira da faixa de terra de 30 km (15 de cada lado) às margens da ferrovia.
Com a ordem social cada vez mais caótica na região, o governo central designa o general Carlos Frederico de Mesquita, veterano de Canudos, para comandar ações contra os revolucionários. Tentou, de início, sem êxito, acordo para dispersá-los; a seguir atacou duramente Santo Antônio, obrigando-os a fugir. O reduto de Caraguatá, que antes vira as tropas do governo fugirem perseguidas por revoltosos, teve de ser abandonada às pressas devido a grande epidemia de tifo. Considerando equivocadamente dispersos os revoltosos, o general Mesquita dá a luta por encerrada.
A calmaria logo termina. Rebeldes se reagrupam e organizam-se na localidade de Santa Maria, interior norte do município de Lebon Régis, intensificando os ataques. Tomam e incendeiam a estação de Calmon; dizimam a vila de São João (Matos Costa), atacam Curitibanos e ameaçam Porto União da Vitória, cuja população deixa a cidade.
Os rebeldes já dominam, nesta altura dos acontecimentos, cerca de 250 km² da região do Contestado. O governo federal joga dura cartada: nomeia o general Setembrino de Carvalho para comando das operações contra os contestadores. Ele chega a Curitiba em setembro de 1914, chefiando cerca de 7 mil homens, com ordens de sufocar a rebelião e pacificar a região a qualquer custo. Primeira providência: restabelece as ligações ferroviárias e guarnece-as para evitar ataques. Próximas às ferrovias o exército construiu o Campo da Aviação de Rio Caçador, onde hoje está o município homônimo. Como apoio de operações de guerra, pela primeira vez na história pátria usou-se dois aviões para fins de reconhecimento. Em acidente durante as operações, morre o capitão Ricardo Kirk, primeiro aviador militar do Brasil. Setembrino envia manifesto aos revoltosos garantindo devolução de terras para quem se entregasse pacificamente. Por outro lado, garantia tratamento hostil e severo para quem continuasse em luta contra o governo.
FIM DA PRIMEIRA PARTE