Os tempos eram bicudos e mesmo a tradicional hospitalidade serrana era sacrificada em nome da economia. Nas mesas destinadas às refeições, gavetas ocultas foram colocadas. Ao menor sinal de visita não programada, a refeição era interrompida, pratos e talheres rapidamente colocados naqueles providenciais acessórios da mesa. Quando a visita se retirava a refeição era reaquecida e continuava seu curso.
Chega o compadre para tratar de assunto banal. Os pratos são rapidamente escamoteados, o compadre deixa-se ficar, fumando devagarzinho seu palheiro, o perfumado fumo do sítio de Dante Martorano. O compadre não se retira e é convidado para passar a noite. Levam-no ao quarto de visitas onde fumega bacia com água quase fervendo. Compadre fica olhando e não se decide a aceitar este gesto de pura cortesia serrana. Destinava-se a, após tirar as botas, lavar os pés, deitar-se para dormir.
- O que foi, compadre? Não vai lavar os pés?
O compadre olha a bacia demonstrando grande dúvida; afinal, indaga:
- Mas..., num fará mal lavar os pés em jejum?
No Governo de SC
Quando May assumiu a governança de SC por poucos dias, na verdade um final de semana, estando ele em Palácio numa sexta-feira à tarde, lembrou-se estar sem dinheiro no bolso, um dinheirinho para aquelas pequenas despesas.
Cartão de crédito ainda dormia no útero do tempo; era ter cheque ou dinheiro vivo. May avisa que vai atravessar a Praça XV e apanhar o dinheiro no Banco Brasil, lá do outro lado da praça. Imediatamente o chefe da Casa Militar apresta-se a acompanha-lo, chega a dizer que enquanto ele estiver ocupando o cargo maior na hierarquia governamental política do Estado, vai ser assim. May, fecha a cara e já vai avisando que se alguém insistir nessa história, vai ser demitido na hora.