É aqui e agora que se revela o porquê de intitular-se essa série de artigos de O ABOMINÁVEL HOMEM DAS NEVES.
ROGÉRIO MARTORANO
A saga de ASSIS CHATEAUBRIAND na revolução de 30, quando escapa de ser fuzilado em São Joaquim/ SC, está detalhada no livro de Fernando Morais, CHATÔ, O REI DO BRASIL, que acabei por sintetizar. Salim Miguel, o grande e talvez maior escritor catarinense de todos os tempos, tinha um final barriga-verde para essa história, final esse que passo a relatar e que envolve o jornalista ROGÉRIO MARTORANO, filho de César Martorano, o homem a quem CHATÔ ficou a dever a vida.
Rigério é joaquinense, mas reside em Florianópolis. Jornalista aposentado, muito contribuiu para tornar conhecida sua cidade natal. Trabalhou por 20 anos na Revista O Cruzeiro de Assis Chateaubriand.
Contando Rogério sete anos de idade, seu pai, César Martorano, era proprietário de uma emissora de rádio na pequena São Joaquim, o que despertou em Rogério insuspeitada veia jornalística.
OS INÍCIOS
Aos 18 anos Rogério já perseguia o sonho de ser jornalista. Ouvia seu pai falar de Chatô e decide ir ao RJ fazer o alistamento militar e procurar o célebre proprietário da revista O Cruzeiro. Em janeiro de 1959 chega à cidade maravilhosa e vai à casa de Chatô. 1959 é o ano em que o autor dessas mal-traçadas e seu primo, Egídio Martorano, futuro prefeito de São Joaquim, deputado estadual por SC, secretário de Estado e o autor destas mal-traçadas, nos formamos na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná.
CHATÔ CONHECE O FILHO DE SEU SALVADOR
Ao identificar-se como catarinense de São Joaquim, filho de César Martorano, Chateaubriand, levantou-se da cadeira e beijou-lhe a testa. Contou que seu pai salvara-lhe a vida; o que fazia no RJ? – Queria ser jornalista declara Rogério. Chatô promete fazer dele um jornalista e hospeda-o em sua casa por cerca de um ano e meio.
NA REVISTA O CRUZEIRO
Conheceu grandes nomes do jornalismo da época num almoço: Armando Nogueira, Davi Nasser, Luiz Carlos Barreto, Raquel de Queiroz, fotógrafo Jean Manzon... Na redação da revista O Cruzeiro inicia-se no jornalismo. Até chegar a repórter era saudado como foquinha, foca.
Divulgou de maneira maiúscula São Joaquim, elaborando reportagem sobre a neve, seu cenário suíço no Sul do Brasil. A partir daí todos os anos a revista estampava em suas páginas matérias sobre a neve.