Carnaval é uma das festas populares mais conhecidas no mundo ocidental, sendo a maior festividade do Brasil. O Carnaval transformou-se na principal festa popular brasileira a partir da década de 1930 e, atualmente, conta com os blocos de rua e as escolas de samba que desfilam nas ruas dos grandes centros do país. O desfile das escolas de samba foi oficializado por volta de 1967. É acompanhado de folguedos populares promovidos habitualmente nos três dias anteriores ao início da Quaresma. Mas, a folia carnavalesca se apresenta com características distintas nos diferentes lugares em que se popularizou. Destaca-se o desfile carnavalesco, este fazendo parte do chamado Carnaval de rua, em oposição a um Carnaval fechado, realizado em clubes.
Para muitos, o carnaval teria uma origem obscura, talvez com feição religiosa.
Entre os anos de 1900-1901, as práticas carnavalescas passaram a ter maior repercussão no Brasil. Surgiam nesse momento as assim chamadas Músicas de Carnaval, de grande sucesso: Não vai, não vai e Adeus carnaval, de autores desconhecidos.
Elas vão desempenhar grande papel na área da atração turística nacional e internacional.
Apesar do forte secularismo presente no Carnaval, a festa é tradicionalmente ligada ao catolicismo, uma vez que sua celebração antecede a Quaresma. Os festejos relativos ao Carnaval remontam à Antiguidade.
Carnaval vem da expressão latina carnis levale, significando “retirar a carne”, sentido relacionado ao jejum, obedecido durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres da carne.
Para alguns, Carnaval seria festa cristã, sua origem tendo relação direta com o jejum quaresmal. Mas, na Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como Carnaval. As Sacéias, celebração em que prisioneiro assumia, durante alguns dias, a figura do rei, vestindo-se e alimentando-se como tal. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois justiçado.
Outro rito, agora realizado pelo rei no período do ano novo na Mesopotâmia, ocorria no templo do deus Marduk. Então, o rei perdia seus emblemas de poder, sendo surrado diante da estátua de Marduk. Essa humilhação demonstrava a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele reassumia o trono.
Comum nas duas festas e ligado ao Carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao seu deus. A subversão de papéis sociais no Carnaval, os homens vestindo-se de mulheres e outras práticas que tais, decorria dessa tradição mesopotâmica.
Associação entre o Carnaval e as orgias pode ainda relacionar-se com as festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas gregas). Dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcados pela embriaguez e entrega aos prazeres da carne.
Havia ainda, em Roma, a Saturnália (dezembro) e a Lupercália (fevereiro). As festas duravam dias, com comidas, bebidas e danças. Os papéis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.
Cristianismo e Carnaval
Essas festas eram, claro, celebrações pagãs muito populares, na antiguidade. A Igreja Católica procurou dar às festas sentido mais cristão. Durante a Alta Idade Média, foi criada a Quaresma — período de 40 dias antes da Páscoa caracterizado pelo jejum. Mais tarde as festividades realizadas pelo povo foram concentradas nesse período.
Carnaval na Europa medieval e moderna
O Carnaval medieval era marcado por festas, banquetes e brincadeiras.
Durante os carnavais medievais, homens jovens fantasiavam-se de mulheres, saíam às ruas e aos campos. Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados muito populares. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e máscara branca.
Na Itália renascentista era comum a realização de bailes de máscara durante o Carnaval.
As festas da Antiguidade eram regidas pela intenção de virar o mundo de cabeça para baixo. Era inversão proposital da ordem, com as restrições das vidas das pessoas abolidas e os papéis que existiam naquela sociedade, invertidos.
Já na descoberta do Brasil, houve iniciativas de impor o controle sobre as festas carnavalescas no continente, reação aos conflitos religiosos europeus da época, e forma de impor controle social. Ou pelo conservadorismo vigente que buscava demonizar as festas populares.
Carnaval no Brasil
O Carnaval chegou ao Brasil durante a colonização e transformou-se na maior festa popular do país.
A história do Carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial com o entrudo, brincadeira de origem portuguesa, praticada na colônia pelos escravos. Nela, as pessoas ganhavam as ruas sujando umas às outras jogando lama, urina. O entrudo foi proibido em 1841, mas continuou até bem pouco.
Depois surgem os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos, e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus passam a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
É notório que há um crescimento turístico durante o carnaval, mas também, grande crescimento cultural das práticas carnavalescas, onde se percebe não só o aparecimento das escolas de Samba em 1930, como os grandes bailes de carnavais, as festas de rua que ocorrem até hoje no nordeste brasileiro (com o Frevo e suas passeatas pelas ruas, com os foliões fantasiados); as marchas carnavalescas com Chiquinha Gonzaga a partir de 1902, com a música Abre alas.
O carnaval teve grandes nomes e movimentos que lutaram pela sua realização. Dentre os grandes nomes, se destaca a esposa de Getúlio Vargas, dona Darcy Vargas, que organizou grande baile a fantasias em 1932 com grupo de personalidades ligadas ao governo. Foi O Primeiro Baile de Gala no Teatro Municipal, que perduraram até 1975.
Festas/brincadeiras e folguedos
Hoje, quais são as festas populares de expressão em Criciúma?
Atualmente, o município festeja três festas: A FESTA DAS ETNIAS (de 1989), o CARNAVAL e a FESTA DE SANTA BÁRBARA. Encontramos também outras festas de caráter religioso em várias localidades. No centro da cidade, a festa de São José realizada em março e a festa da Rota da Imigração, em julho, na comunidade de Morro Albino. O Festival Internacional de Coros apresenta-se como outro evento oficial.
A Festa das Etnias, de 1989, começou como iniciativa do Lions e Rotary objetivando angariar fundos para entidades filantrópicas. A ideia era de Ademar Costa, criando a Festa da Primavera.
Carnaval em Criciúma
Esta comemoração tem tudo a ver com a Sociedade Recreativa Mampituba e sua história. Já o Carnaval de Rua, descontinuado durante o governo municipal de Altair Guidi, reviveu com o prefeito Eduardo Pinho Moreira, através da Fundação Cultural de Criciúma, organizadora do evento, no final dos anos 90.
Bailes de carnaval começaram a fazer parte da programação anual do Mampituba na década de 1930. No princípio, os foliões festejavam por quatro noites, sendo a guerra de confetes o momento mais aguardado da festa
A Sociedade Recreativa Mampituba surgiu do Mampituba Foot Ball Club, em 18.05.1924. Liderado pelo jovem Abílio Paulo, reuniu 52 pessoas de Criciúma e região. Mampituba foi o nome escolhido. No início, o futebol era a principal modalidade praticada no clube, porém, com o passar do tempo e o aumento do número de associados, novos esportes foram implantados.