Henrique Dauro Martignago no Café São Paulo
Na sua biografia autorizada, HENRIQUE DAURO MARTIGNAGO faz referência a roubo e a contos do vigário que levaram joalharias da cidade a prejuízos ruinosos. Roubos verificados em Criciúma nesses estabelecimentos foram vários nos anos 60, alguns com desfecho feliz, como aquele sofrido pela desaparecida Óptica Rosil, da rua 6 de janeiro. (RO do Rosil é de Rui Vante Rovaris e Sil é de Primo Silvestre). A mãe de um dos proprietários da óptica, afanada em joias e relógios, ouviu de dona de Pensão que indivíduo suspeito lá se hospedara com uma daquelas malas de papelão marrom, então comuns entre pessoas mais carentes. Vante vai lá e recupera joias e relógios surripiados.
Já outros nunca se recuperaram econômica e/ou emocionalmente de afanos, como Valmor Crema, com comércio de joias (1964 a 1992). O roubo executado pelo telhado, acesso facilitado pela ausência de forro concretado, levou o proprietário a encerrar os negócios. Outros se deram bem graças a bons padrinhos. É o caso de Gilson da Silva, motorista da família Guglielmi por cinco anos. Os recursos que obteve rescindindo contrato de trabalho com os Guglielmi permitiu que adquirisse instrumental e material suficiente para criar a Juner (1981). Em 1982 com a ajuda de Reginaldo Guglielmi estabeleceu-se na Travessa Padre Pedro Baldoncini. Vai estudar Direito na ULBRA em Torres, RS. Auxiliado por ADHEMAR PALADINI GHISI, grande político catarinense e depois Ministro e Presidente do Tribunal de Contas da União, transfere-se para a UNISUL de Araranguá, formando-se em 2002.
Há pouco tempo SC lamentava o falecimento de Alcidino Eduardo Fernandes, fundador das Ópticas Alcidino. De começo modesto em Santa Rosa do Sul, SC (1961), já em 1969 está com loja em Araranguá e a 26.10.1976 em Criciúma. Desde os difíceis tempos iniciais têm como gerente em Criciúma, Paulo da Rosa. As lojas (fevereiro de 1982) alcançam Tubarão (gerente Eliane da R. Fernandes), e em 1989 com a inauguração do Shopping Della nele inauguram outra Óptica em Criciúma, cuidada pela outra filha, Elizane. Em 1989 a primeira-loja em Santa Rosa é desativada e transferida para Sombrio.Com a abertura de outra loja em Florianópolis já são 7 as Ópticas Alcidino.
Em 1954 Osvaldo Silvestre instala-se com Joalharia, Relojoaria e Óptica passando a loja para o irmão Altino (1978).
Óptica Pioneira
Muitas outras ópticas se instalaram entre nós, mas, qual teria sido a primeira de todas?
A RELOJOARIA DE DONA LIDUÍNA ZAPPELLINI, no longínquo ano de 1939. Era mãe de Dona Idalina, sempre tratada como Vita. Em 1935, Affonso Silvestre casado com Liduína Zappellini, muda-se de Orleans para Criciúma. Em 1958 a viúva Liduína vende a joalharia, relojoaria e óptica aos cunhados Altino, Felisberto (Félix) e Carmela. Félix logo sai. Altino segue o negócio com o sobrinho Valmor Carrer, filho de Carmela. Valmor e Félix falecem prematuramente. Affonso nascido em Canela Grande, Tubarão (1907), vem a morrer em Criciúma em 4.7.1948 aos 41 anos.
A família Silvestre nos anos 60 liderava o comércio de joias, relógios e de óptica em Criciúma com, pelo menos , quatro estabelecimentos do gênero. Todo esse pessoal, profissionais joalheiros, relojoeiros e ópticos, gravitavam em torno do Café São Paulo e do Café Rio. Suas lojas estavam na Conselheiro João Zanette, 6 de janeiro, João Pessoa (início), Travessa Padre Pedro Baldoncini (início). No pico do horário comercial não arredavam pé de seus negócios; mal o movimento aquietava, corriam ao Café São Paulo para saber das últimas.
Estas notas nada têm a ver com as histórias contadas por Henrique Dauro Martignago e registradas pela filha, Dra. Gabriela Gorini Martignago. Trata-se de rumoroso caso dos anos 60, envolvendo o comércio de joias em nossa cidade e que breve contarei.