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Pedro Milanez (3ª parte)

Por Henrique Packter 05/08/2024 - 14:45 Atualizado em 05/08/2024 - 15:02

PEDRO MILANEZ, HOMEM DO CINEMA DE RUA

Surge a Magia em Movimento

O Primeiro filme exibido foi “A chegada do trem na plataforma” dos irmãos Lumiére.

Final do século 19 marcou efervescência de experimentações científicas e tecnológicas. Foi quando visionários como os irmãos Lumière e Thomas Alva Edison começaram a explorar a captura e a projeção de imagens em movimento. Em 1895, os irmãos Lumière apresentaram ao mundo o Cinematógrafo, apare lho capaz de projetar curtas-metragens em locais públicos. O momento assinala o início oficial da 7ª arte, e as primeiras projeções públicas rapidamente conquistam o imaginário popular.

O CINEMA NO BRASIL

No Brasil, o cinematógrafo chega em julho de 1896, RJ, recém capital da República, e ocorrendo, em agosto do mesmo ano as primeiras sessões em SP. As reações com o cinema no Brasil não diferiram daquelas da Europa. A chegada do cinema ao Brasil, coincide com o período de transformação que a cidade do RJ viria a sofrer nos anos seguintes com a modernização urbana. A euforia dos bons resultados que o café alcançava no mercado mundial, alavancava uma elite mais cosmopolita, desejosa de apagar os resquícios do país imperial e nativista. Nesse processo, o cinema foi de grande importância, pois, já em 1898, davam-se as primeiras gravações locais, iniciando a produção cinematográfica brasileira. Em 1911, já eram muitas as produções nacionais. 

A novidade se espalha e surgem cineastas pioneiros. Georges Méliès, por exemplo, fica conhecido por seus truques de ilusionismo e efeitos especiais em filmes como “A Viagem à Lua” (1902). A linguagem cinematográfica dava seus primeiros vagidos e as possibilidades pareciam infinitas.

A Era do Cinema Sem Som sincronizado

Charles Chaplin apresentou mais de 81 filmes e se tornou uma referência.

Na primeira década do século 20 o cinema ainda era forma de arte essencialmente visual. Os filmes eram acompanhados por músicos ao vivo ou trilhas sonoras executadas em sincronia. Este período, conhecido como a Era do Cinema Mudo, testemunhou a ascensão de cineastas como D.W. Griffith, cujo épico “O Nascimento de uma Nação” (1915) revolucionou a narrativa cinematográfica.

O cinema mudo viu o surgimento de grandes comediantes, como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd, Roscoe Arbuckle, que conquistaram grandes bilheterias com sua habilidade física e de interpretação. “Tempos Modernos” (1936), “O General” (1926), “Luzes da Cidade”(1931), “Luzes da Cidade” (1939), “Tempos Modernos” (1936) são admirados ainda hoje, mostrando como o silêncio pode ser uma linguagem universal e poderosa na 7ª arte.

O Cinema Falado

A transição do cinema sem som sincronizado para o falado, conhecido como “talkies”, marcou uma revolução na forma como as histórias eram contadas. O primeiro filme com som totalmente sincronizado foi “As Luzes de Nova York”, de Bryan Foy, 1928. A aceitação do som em Hollywood foi rápida, tanto que no final de 1929 quase todos os filmes já eram falados.

O clássico “Cidadão Kane” (1941) de Orson Welles demonstrou de maneira cabal o potencial narrativo do som, utilizando técnicas inovadoras de narrativa e cinematografia para contar a história de Charles Foster Kane. Este marco cinematográfico solidificou a importância do som no cinema e influenciou toda uma geração de cineastas.

“Psicose” (1960) de Alfred Hitchcock aproveitou o som para criar atmosferas tensas e assustadoras. A icônica trilha sonora de Bernard Herrmann se tornou parte integrante da experiência do filme, demonstrando como o som pode ser poderosa ferramenta na construção de suspense e emoção.

Atores e atrizes no cinema falado

Com o cinema sonoro muitos atores e atrizes perderam espaço.

Na era do cinema mudo, a comunicação entre personagens e público era predominantemente baseada na expressão física, gestual. Já no cinema falado, os atores enfrentaram um novo desafio: além de trabalhar nova linguagem corporal menos expressiva, precisavam desenvolver habilidades vocais para transmitir emoções e diálogos. Nomes renomados como John Gilbert e Norma Talmadge, não conseguiram alcançar o mesmo prestígio neste novo formato.

Cada detalhe, do tom de voz à postura diante das câmeras, passam a ser minuciosamente avaliados para atender novos requisitos; atrizes como Clara Bow e Greta Garbo, conseguiram se adaptar.

Surge o cinema colorido

“O Mágico de Oz” (1939) foi o primeiro filme colorido exibido

A chegada das cores ao cinema marca ponto de inflexão na história da sétima arte. No início do século 20 os filmes eram predominantemente em preto e branco, refletindo a tecnologia da época. Com o desenvolvimento de novos processos de colorização, como o Technicolor, a paleta do cinema se expandiu, trazendo nova dimensão à narrativa visual. “O Mágico de Oz” (1939) e “…E o Vento Levou” (1939) cativaram o público com cenários vibrantes e figurinos deslumbrantes. A introdução das cores enriqueceu a est&e acute;tica cinematográfica e também abriu novas possibilidades criativas para cineastas explorarem a profundidade emocional das histórias contadas na tela.

O Silêncio do Mar foi um dos filmes precursores da Nouvelle Vague

A primeira metade do século XX testemunhou efervescência criativa no mundo do cinema, com movimentos que deixaram marca na história da arte cinematográfica. O expressionismo Alemão mergulhou nas profundezas da psique humana em filmes como “Nosferatu” (1922) de F. W. Murnau que explorou os terrores do subconsciente.

A França também desempenhou um papel crucial na evolução do cinema com a Nouvelle Vague, um movimento que desafiou as convenções narrativas e técnicas. Filmes como “Os Incompreendidos” (1959) de François Truffaut e “Acossado” (1960) de Jean-Luc Godard romperam com as estruturas tradicionais, influenciando gerações de cineastas em todo o mundo.

O Neorrealismo Italiano, liderado por diretores como Vitorio de Sicca, Roberto Rossellini e Federico Fellini, trouxe abordagem crua e autêntica à narrativa, muitas vezes utilizando atores não profissionais e cenários naturais. O resultado foram filmes como “Roma Cidade Aberta”, Ladrões de Bicicletas” (1948), “Amarcord”  que capturaram a essência da vida cotidiana.

Novos Horizontes: A Era Digital e Além

A virada do século 21 trouxe avanços tecnológicos que revolucionaram a produção cinematográfica. A digitalização permitiu maior acessibilidade à criação de filmes, democratizando a arte e abrindo portas para nova geração de cineastas independentes. Filmes como “A Fita Branca” (2009) de Michael Haneke e “A Rede Social” (2010) de David Fincher exemplificam como a tecnologia digital pode ser utilizada de forma inovadora na narrativa. Hoje, a indústria cinematográfica evolui constantemente, com novos movimentos e tendências que moldam o cenário global do cinema. A sétima arte continua a se reinventar, mantendo-se como uma das formas mais poderosas de expressão artística em nossa sociedade.

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