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Urgências e emergências

Por Henrique Packter 01/03/2022 - 06:55 Atualizado em 01/03/2022 - 07:05

Segundo Kant todo conhecimento vem da experiência.

PESSOA ATENDIDA NA EMERGÊNCIA COM DORES INTENSAS                        

Relato popular no meio médico, dá conta de cliente que procura atendimento de emergência mostrando que tocar qualquer parte do próprio corpo com o indicador da mão direita, despertava dores atrozes. Sentia dores no corpo todo. O médico avalia com cuidado a situação e faz o diagnóstico: fratura de ossos do indicador da mão direita.

UMA HISTÓRIA DE LUIZ FERNANDO DA FONSECA GYRÃO

Cirurgião-geral, nasceu em 1932 em Niterói, RJ, falecendo em Criciúma, 1983. A esposa Emília é filha do falecido general José Lopes Bragança. Pai de 6 filhos, Mariza é casada com o arquiteto Décio Gomes Góes, ex-prefeito de Criciúma e do Balneário Rincão. Nei, é médico. Trabalhou em Criciúma desde 1967 no Hospital São José.

É bom não se deixar enganar pelas aparências. Luiz Fernando da Fonseca Gyrão, bom e leal amigo, contava que um jovem residente de hospital-escola, enviado para examinar e informar da situação de um acidentado, volta rápido com a informação:

- Tá ótimo! Tá até rindo!

O professor vai dar uma espiada, por via das dúvidas. Era fato, estava rindo sim. Mas o riso, era o conhecido riso sardônico, do tétano.

UMA HISTÓRIA DO FILÓSOFO CLÍNICO LÚCIO PACKTER                                                 

Estava eu, boca da noite, trabalhando em meu consultório quando Nestor, então zelador do prédio de consultórios médicos no qual ainda labuto em Criciúma, entrou em minha sala de exames e anunciou à sua maneira:

- PIPINO, doutor. Chegou uma moça que ficou cega de repente. Atendemo’ ou mandamo’ para o Pronto Socorro?  Tem mais: saíram de casa tão ligeiro que nem DICUMENTO têm.

Parei um instante para pensar. Ainda tinha vários pacientes para ver. Só se....

Lembrei-me que Lúcio meu filho estava em Criciúma para passar alguns dias. Resolvi chamá-lo. Já era tempo de tirar a febre desta tal de Filosofia Clínica, pensei. Juntos, Lúcio e eu, ouvimos o início da história.

Era mulher, aí pelos 35 anos de idade. Fora à discoteca com o namorado. Se desentenderam, voltara sozinha para casa e mal pusera o pé na soleira da porta, PRONTO, ficara cega! Trazida pela mãe, deixei Filósofo Clínico, recém-cega e mãe numa das salas do consultório e fui tratar da vida na sala ao lado. Encerrado meu trabalho diário retornei ao local no qual deveriam estar o Lúcio, cliente e mãe. O local estava deserto. Desci para a portaria do prédio onde Nestor fazia um pequeno e inflamado comício para pequena multidão entre atenta e sonolenta.

Eram taxistas do ponto de automóveis que servia a um tempo hospital e prédio de consultórios. Também um que outro médico retardatário e alguns passantes da rua ouviam. Enquanto descia as escadas do 1o andar podia ouvir trechos da arenga:

- O homem   é milagroso.....chegou cega..... o pai é fichinha perto dele.....não levou meia hora.....parece que é professor em Porto Alegre, mas já morou em São Paulo e no estrangeiro....  As vozes se calaram respeitosas quando passei em busca do carro e depois, deferentes pelo filho que produzi:

- ‘noite!

Passados alguns meses, era Sábado e eu estava em casa. Toca o telefone:

- Doutor, quem fala é a mãe da moça que seu filho atendeu faz uns tempos e que ficou cega de repente. O senhor lembra?

Lembrava. Ela continuou:

- Pois é, ela voltou a ficar cega hoje. De novo, barbaridade! Informei:

- Sinto muito, mas meu filho Lúcio não está em Criciúma. Só sua mãe, Deus, e talvez a porta da geladeira saibam de seu paradeiro.

- Não carece não, doutor. Só queria dizer prá ele que eu fiz tudo igual como ele fez da primeira vez e ela já ficou boa! 

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