A Ômicron nos mostrou que variantes podem escapar à imunidade, tanto induzida por vacinas quanto por infecção prévia.
Já aprendemos a não fazer previsões sobre o futuro próximo da pandemia da Covid-19. Mas também sabemos que, enquanto houver grande circulação viral, a possibilidade de novas variantes que possam escapar à proteção dada pela vacina é real.
Segundo o Our World in Data, já foram administradas 10,35 bilhões de doses de vacinas no mundo, mas apenas 10,6% das pessoas vivendo em países pobres recebeu pelo menos uma dose.
Dentro dessa incerteza, qual o posicionamento das entidades médicas em relação à quarta dose?
Em relação aos imunodeprimidos, parece não haver dúvidas de que ela é indicada – e já aplicada - em muitos países, Brasil inclusive.
Mas para aqueles com seu sistema imunológico preservado?
Enquanto alguns países, como Israel e Chile, já iniciaram a administração da quarta dose para grupos específicos de imunocompetentes, ainda não há consenso quanto a sua utilidade.
Posicionamento da Sociedade Brasileira de Infectologia
Em nota informativa sobre reforço das vacinas Covid-19, elaborada em 10/02/2022, a Sociedade Brasileira de Infectologia dá seu parecer.
“O Brasil tem nesse momento 76% das pessoas elegíveis vacinadas com o esquema básico, e apenas 33% da população vacinável com a dose de reforço”.
“Diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a variante Ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos. Portanto, a medida mais urgente em termos de vacinação para o país é avançar no percentual de pessoas que já completaram o esquema básico com dose de reforço”.
As vacinas atuais ainda utilizam a sequência do vírus original de Wuhan. Desde então, já foram descritas mais de 5 mil variantes, felizmente apenas poucas elevadas à categoria “de preocupação”.
“As vacinas de mRNA (Pfizer e Moderna) segundo informações serão atualizadas proximamente para a variante Ômicron, sendo este outro aspecto a ser considerado para a utilização da 4ª dose de forma nacional neste momento”.
Resumindo: ainda não temos dados sólidos para que seja recomendada a quarta dose para a população em geral, com exceção dos imunossuprimidos.
Porém, em poucas semanas, tudo pode mudar.