Durante esses quase 2 anos da pandemia de Covid, quase não víamos mais casos de gripe “tradicional”.
Agora que os números de SARS-CoV-2 vem caindo, resultado da eficiente vacinação, voltamos a ouvir falar dela.
No Rio de Janeiro, tecnicamente, já existe uma epidemia de Influenza A H3N2.
Segundo Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, da Fiocruz, a tendência é que o vírus se espalhe pelo país – como costuma acontecer com as viroses de transmissão respiratória - num horizonte de semanas.
Chamamos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aqueles quadros gripais que evoluem com falta de ar e queda dos níveis de oxigênio.
Desde agosto deste ano, o Rio de Janeiro, assim como a maior parte do país, vinha com quedas no número de internações por SRAG.
Entre o fim de outubro e o início de dezembro, aquele estado teve um aumento de 71% nos casos da síndrome respiratória grave segundo dados da Fiocruz, já frutos do H3N2.
Os cuidados para evitá-la são exatamente os mesmos que já conhecemos contra a Covid.
Quanto maior o risco potencial apresentado pelo indivíduo (imunossupressão, gestação, comorbidades), maior deve ser a aderência aos protocolos, máscaras inclusive.
Vale também a vacinação, que deve ser anual.
Aqueles que receberam a vacina da gripe durante a campanha nacional, entre abril e junho, tem sua parcela de proteção, que é moderada – as vacinas contra a Influenza, tradicionalmente, são menos eficazes do que as vacinas contra a Covid.
Nós, médicos, temos que voltar a pensar em gripe, que tem sintomas muito semelhantes aos da Covid, principalmente naqueles vacinados - até para pensar em voltar a usar o Tamiflu quando houver indicação.
A boa notícia é que a vacina da gripe disponibilizada neste ano, tanto em instituições públicas quanto privadas, tem a cepa da Influenza A H3N2 na sua composição.
Quem ainda não recebeu a vacina, deveria procurá-la o mais rapidamente possível.
Ainda é tempo.
Apesar da menor eficiência, protege contra internações e mortes.
Um bom negócio.