“Síndrome gripal” é um termo genérico utilizado quando o paciente apresenta febre de início súbito, acompanhada de tosse e/ou dor de garganta, geralmente associadas a dores musculares e cefaleia.
Quando esses sintomas são complicados por falta de ar, queda dos níveis de oxigênio (saturação <95%), necessidade de hospitalização ou óbito, a síndrome gripal passa a ser chamada de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
A definição de SRAG no Brasil segue o padrão da Organização Mundial da Saúde, de forma a manter a comparabilidade entre dados de diferentes países.
Os casos de SRAG devem ser notificados e os dados são reunidos em um sistema nacional pelo Ministério da Saúde, que os repassa semanalmente ao InfoGripe, gerido pela Fundação Osvaldo Cruz.
Entre as principais causas de SRAG estão os vírus Influenza e, desde o ano passado, o SARS-CoV-2.
Segundo o portal InfoGripe, até a semana epidemiológica 12, que se encerrou no dia 27/03/2021, dos casos reportados este ano, 95,5% tiveram como causa o coronavírus.
No ano passado, das apresentações com resultado laboratorial positivo, 0,3% eram provocadas pelo Influenza A, 0,2% pelo Influenza B e 97,9% pelo SARS-CoV2.
Não significa que não devamos fazer a vacina contra a Influenza – ele continua a ser um vírus importante, também associado a complicações respiratórias graves.
Mas, frente ao avassalador Coronavírus, ficou em segundo plano.
Pode complicar lá embaixo, também
Endotélio é o revestimento interno dos vasos sanguíneos e linfáticos. Não serve apenas como uma barreira mecânica, mas regula diversas funções orgânicas, entre outras, secretando substâncias vasodilatadoras e vasoconstritoras.
Entre as vasodilatadoras, o óxido nítrico.
A disfunção endotelial tem um papel central no aparecimento de sintomas e complicações da infecção pelo SARS-CoV-2, com o desenvolvimento de processos trombóticos e inflamatórios.
A disfunção erétil é considerada a marca registrada da disfunção endotelial.
O conhecido Viagra, por exemplo, age por vias metabólicas que aumentam a concentração de óxido nítrico, favorecendo o início e a manutenção da ereção.
Foi publicado no dia 20 de março, na revista Andrology, o artigo “Mask up to keep it up: Evidências preliminares da associação entre disfunção erétil e Covid-19”.
O trabalho, desenvolvido por endocrinologistas italianos, a maioria deles ligada à Universidade de Roma, investigou a prevalência de disfunção erétil entre homens que foram infectados pelo Coronavírus.
Ajustando os resultados por outros fatores que podem afetar a presença de disfunção erétil, como idade, estado psicológico e índice de massa corporal, aqueles infectados apresentaram um risco 5,6 vezes maior de disfunção erétil.
Com todas as limitações de um estudo retrospectivo, esse é um dado a ser considerado.
Difícil foi achar uma tradução para a expressão “Mask up to keep it up”.
Formal, “máscara em ação evita disfunção”.
No popular, com o perdão dos leitores: “nariz de fora, pinto que demora”.