Faço, mais uma vez, uso das palavras do professor Mario Rigatto, agora para saudar todos aqueles que, como nós, foram privilegiados em poder exercer a medicina.
Coisa de médico de antigamente?
Medicina também é uma arte, e, quando de qualidade, não envelhece.
A necessária atualização não prescinde da sensibilidade do artesão, mesmo com o aumento dos intermediários, humanos e tecnológicos.
Vamos ao mestre:
“Estranha profissão é a de médico.
Dele se pede toda a sensibilidade que um ser humano pode abrigar.
Para que entenda a linguagem da dor, da angústia, do medo, da desesperança e do sofrimento.
Para que fale com a alma de seus pacientes.
Para que transforme tênues fímbrias de esperança no lenho ardente da vontade de viver.
De pessoa assim tão rica de sentimentos se pede, paradoxalmente, o mais frio domínio das emoções.
Para que um franzir de cenhos ou um arquear de boca não semeiem, no espírito do paciente, dúvidas e opressões.
Para que o tremer da mão não imprima, ao bisturi, o erro milimétrico que separa a vida da morte.
Para que o marejar dos olhos não o prive da clareza meridiana que se pede ao diagnosticista.
Para que o embargo da voz não roube credulidade a sua mensagem de fé.
Sempre me pareceu difícil reunir, num mesmo indivíduo, tão nobre textura e tão rude couraça."
Parabéns a todos os colegas.
Continuamos juntos.