Com a imensa e crescente circulação do SARS-CoV2 em nossa região, está na hora de pensarmos em usar máscaras mais efetivas em locais fechados e onde não possamos manter o necessário afastamento físico, como em transportes públicos, aviões, ambientes hospitalares e escolas. A melhor delas é a N95 (a mesma coisa que PFF2 - são nomenclaturas diferentes para o mesmo produto). Além de proteger contra as gotículas infectantes, também protege contra aerossóis – as partículas menores que ficam em suspensão.
Evite aquelas com válvulas, que inclusive estão proibidas de serem usadas em avião, pois não filtram as partículas de dentro para fora. Se você estiver infectado, pode contaminar outras pessoas.
Não confundir com a KN-95, que seria similar a N-95. Por não serem padronizadas, o controle de qualidade fica prejudicado.
Não conseguiu uma N-95 e precisa ir a locais de risco?
O melhor seria utilizar uma máscara cirúrgica com outra de tecido por cima. Ou, com menor eficácia, duas máscaras de tecido.
A indústria conseguiu adaptar-se à demanda – não haverá falta para os profissionais de saúde.
As N-95 podem ser reutilizadas, desde que fiquem armazenadas em local bem ventilado, não expostas ao sol, por poucos dias.
Nunca devem ser lavadas.
Existem modelos específicos para crianças.
São um pouco mais desconfortáveis do que as máscaras cirúrgicas ou de pano, mas compensam pela segurança adicional.
Usamos rotineiramente em nossos consultórios.
Doutor, quanto tempo tenho que ficar isolado?
As recomendações atuais são de 10 dias após o início dos sintomas (desde que afebril nas últimas 24 horas), com prolongamento para 20 dias para aqueles pacientes imunossuprimidos ou com doença severa.
Essas recomendações vinham de estudos que mostravam que os SARS-CoV-2 detectados pela técnica de PCR em espécies respiratórias a partir do décimo dia não cresciam em culturas celulares e provavelmente não eram transmissíveis.
Alguns estudos recentes têm colocado em xeque essas diretrizes.
Um deles mostrou que 14% dos pacientes apresentavam vírus viáveis depois de uma semana do primeiro teste de PCR realizado, mesmo em casos leves.
Outro mostrou que pacientes imunossuprimidos após tratamento de câncer podem ter SARS-CoV-2 viáveis por até 2 meses.
Nos casos de imunossupressão e doenças graves, o tempo de isolamento recomendado é de 20 dias.
Como a definição de paciente imunossuprimido pode ser muito ampla, o ideal é que esses casos sejam discutidos individualmente.
Essas recomendações, inclusive o título, foram obtidos na edição de 10/03/2021 do New England Journal of Medicine.
Para viajantes de rotas aéreas
Como vimos, o exame de PCR para o SARS-Cov-2 pode persistir positivo por semanas sem que haja risco de contágio.
Por isso, definitivamente, não é mais utilizado como critério para retirar o paciente do isolamento
Dependendo do local para onde a pessoa irá viajar, é solicitado que apresente um teste de PCR negativo realizado 72 horas antes de embarcar.
Se o viajante tiver sido infectado, por exemplo, 30 dias antes do embarque, pode eventualmente apresentar um teste positivo.
Não há mais nenhum risco de contágio.
Mas não vai ser fácil convencer o funcionário da companhia aérea ou da imigração que é um SARS-CoV2 residual.