O Reino Unido está se preparando para ser um dos primeiros grandes países do mundo a iniciar um programa de reforço vacinal usando vacinas diferentes – o “mix and match” – combinando vacinas diferentes.
Segundo matéria do Financial Times, de 10 de setembro, os britânicos devem receber uma terceira dose diferente das suas 2 doses iniciais, levando em consideração os estudos que mostram que essa vacinação heteróloga promove uma proteção maior contra a Covid-19.
A decisão leva em conta pesquisas que indicam que a proteção contra infecção sintomática gerada pelos imunizantes da BioNTech/Pfizer e da Oxford/AstraZeneca diminui de quatro a seis meses após a segunda dose.
O programa britânico inicial de vacinação usou preferencialmente a vacina da AstraZeneca, que tem sido menos eficaz contra a variante Delta do que a vacina da Pfizer, apesar de sua proteção declinar mais lentamente.
Estudos preliminares realizados pela Universidade de Oxford, publicados em junho, realçaram que pessoas que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca e a segunda da Pfizer tiveram títulos de anticorpos nove vezes maiores do que aqueles apresentados por quem recebeu as duas doses da AstraZeneca.
Israel e Estados Unidos, que tem seus programas de vacinação baseados no imunizante da Pfizer, apostam numa terceira dose do mesmo imunizante.
A Turquia e Tailândia, cuja vacinação foi baseada na Coronavac, devem oferecer uma dose adicional da Pfizer.
Seguindo a tendência britânica, nosso Ministério da Saúde já anunciou que as doses de reforço serão feitas preferencialmente com a vacina da Pfizer.
Na falta dessa, Janssen ou AstraZeneca.
Há controvérsias
A mostrar que as decisões sobre vacinas não são unânimes, a Professora Sarah Gilbert, da Universidade de Oxford, que liderou o desenvolvimento da vacina AstraZeneca, disse na quinta-feira que uma terceira dose é desnecessária para a maioria das pessoas.
Na visão da cientista, que ficou conhecida do grande público ao ser aplaudida de pé pela torcida durante a partida de abertura de Wimbledon, as doses de reforço devem ser priorizadas apenas para os imunocomprometidos e idosos, porque na maioria das pessoas, a imunidade de duas doses está se mantendo. "Precisamos levar vacinas para países onde poucas pessoas foram vacinadas até agora", disse ela. "Temos que fazer melhor nesse sentido. A primeira dose tem mais impacto."