O Colegiado dos Professores Titulares da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo publicou uma nota de solidariedade e apoio ao Professor Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, Coordenador da Disciplina de Pneumologia daquela entidade.
Carlos Carvalho foi o coordenador do Grupo de Trabalho instituído a pedido do Ministério da Saúde, que reuniu inúmeros especialistas, representantes de diversas Sociedades Médicas, para redigir as diretrizes para tratamento ambulatorial da Covid-19.
Depois de descartável e inútil consulta pública, o documento foi aprovado pela CONITEC, apesar de insensata votação contrária dirigida por entidades politicamente enviesadas.
Como de praxe, o documento foi enviado à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde – que, até onde sabemos, nunca rejeitou uma diretriz aprovada pela CONITEC.
Porém, em publicação assinada pelo oftalmologista Helio Angotti Neto, a diretriz para tratamento da Covid-19 foi rejeitada.
Ficou famosa uma tabela apresentada na página 24 do documento.
Entre outras bobagens, afirma que há ensaios clínicos randomizados e controlados provando a eficácia da Hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, enquanto não existiriam tais estudos para as vacinas.
Repetindo: vacinas não seriam eficazes, nem seguras, pelo posicionamento da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde.
A Hidroxicloroquina, sim.
Estudantes de medicina e profissionais de saúde que tenham aprendido a avaliar publicações médicas sabem como é injustificável essa posição.
Não se discute mais o papel da Hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 há muito tempo, no mundo todo – não há mais dúvidas quanto a falta de eficácia nesse contexto. Não é opinião – é fato.
Ainda perplexo, um grupo de docentes, profissionais de saúde e pesquisadores brasileiros criou um abaixo assinado contra a nota antivacina e a rejeição do documento da CONITEC.
A velocidade com que se multiplicam as assinaturas mostra o repúdio daqueles que desde o início da pandemia vêm buscando oferecer aos brasileiros o melhor que a ciência produziu.
No corpo do documento, palavras duras, fruto da desilusão com a forma que a pandemia vem sendo conduzida a nível federal: “causa enorme preocupação o fato de que as rédeas do Ministério da Saúde estejam sob a posse da ideologia, da desinformação e, principalmente, da ignorância. O comportamento do Ministério da Saúde transgride não somente os princípios da boa Ciência, mas avança a passos largos para consolidar a prática sistemática de destruição de todo um sistema de saúde”.
Aos interessados, acesso via chng.it/nqvhYtfG, via @change_br.
Já assinei.