O tratamento da tuberculose no Brasil é o mesmo, seja o paciente atendido no Hospital Sírio Libanês ou num pequeno posto de saúde da periferia.
Assim funciona o tratamento da maioria das doenças transmissíveis, como hepatites virais, hanseníase, HIV, entre tantas outras: sob a chancela do Ministério da Saúde, dentro das melhores evidências e com o respaldo das sociedades de especialidades.
Quando a assumiu o novo Ministro da Saúde, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, especialidade com tradição por seu alto padrão científico, tivemos a alegria de ouvir que, entre outras providências alinhadas com os melhores organismos internacionais, reuniria especialistas reconhecidos no tratamento do SARS-CoV-2 para traçar as recomendações sancionadas pelo seu ministério.
Melhor, chamaria para presidir esse grupo o Dr. Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, chefe da Divisão de Pneumologia do InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Até agora, infelizmente, a ideia não vingou.
Está claro que os conhecimentos para manejo de pacientes infectados pela Covid-19 ainda estão longe dos que temos para as doenças mais antigas.
Mas, passado mais de um ano da pandemia e com boa parte dos melhores pesquisadores do mundo envolvidos com o seu tratamento, já temos boas evidências do que deve ser feito.
Aos interessados, no dia 8 passado, foi publicado o “Guia de Manejo Covid-19”, que visa normatizar o atendimento de casos de Covid-19 no complexo Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Entre dezenas de especialistas daquele hospital, lá está o pneumologista que seria o escolhido pelo Dr. Queiroga para coordenar o protocolo do Ministério da Saúde – Dr. Carlos Roberto de Carvalho.
Que, se for convocado e assumir a função, não fará nada diferente do que consta no documento da USP – baseado na melhor literatura disponível, adaptada à nossa realidade e às nossas práticas.
No capítulo que discute o manejo dos casos, naqueles não graves – sem necessidade de internação hospitalar – o tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas.
Em negrito, no documento, NÃO prescrever:
• Hidroxicloroquina/cloroquina/azitromicina
• Ivermectina
• Antimicrobianos – estudos apontam coinfecção apenas entre 3 e 8% dos casos. Estes devem ser utilizados somente quando houver suspeita de infecção bacteriana.
• Corticoides.
Deixam claro que o paciente deve ser reavaliado rapidamente caso haja falta de ar, alteração do estado mental, oximetria menor do que 94% em ar ambiente ou incapacidade de alimentar-se ou andar.
Desculpem a insistência no assunto, mas como alguns dizem que o paciente deve discutir o tratamento com seu médico, informação é fundamental.