O Covid 19 pegou o presidente Donald Trump há apenas 30 dias das eleições.
E, como seria de se esperar, o mundo todo está de olho no hospital militar Walter Reed.
Como costuma acontecer nessas situações, as notícias são truncadas, com partes essenciais propositalmente omitidas.
Nós, brasileiros mais rodados, ainda lembramos do presidente Tancredo Neves em fotos sorridentes junto aos médicos que o atenderam pouco antes da sua morte.
Evidentemente estamos curiosos. Não para julgar a conduta daqueles médicos pressionados pela difícil situação.
Mas, na prática, como iriam tratar o “homem mais poderoso do mundo”?
O médico do presidente, Sean P. Conley, profissional da Marinha americana, está no cargo há 2 anos.
Sua especialização, segundo o New York Times, é a osteopatia.
Segundo a Osteopathic International Alliance, esta técnica “aborda o paciente de forma holística, utilizando apalpação e técnicas manuais para tratar músculos, articulações, nervos, o tecido conjuntivo, o sistema circulatório e os órgãos internos, a fim de favorecer a capacidade do corpo de restabelecer e manter a saúde”.
Também trabalhou como emergencista, inclusive no Afeganistão.
Em maio ganhou atenção após revelar que, sob sua orientação, Mr. Trump havia iniciado o uso preventivo de hidroxicloroquina.
Apesar de afirmar que o presidente estava muito bem, corretamente cercou-se de bons especialistas e não demorou para internar seu diferenciado paciente. Com 74 anos e considerado obeso, Mr. Trump faz parte dos tradicionais grupos de risco.
Como nos informam os principais veículos de comunicação do mundo, logo ao chegar ao hospital militar recebeu um coquetel de anticorpos monoclonais da empresa de biotecnologia americana Regeneron, tratamento ainda na fase 3 do ensaio clínico – igual a boa parte das vacinas que estamos esperando.
Seus clínicos associaram o antiviral Remdesivir, da também americana Gilead, medicamento autorizado de forma emergencial pela Food and Drug Administration (a ANVISA deles) para pacientes hospitalizados em estado grave.
Até o momento os trabalhos publicados com o Remdesivir mostraram redução no período de internação, mas não da mortalidade.
Além destes, Dr. Conley relatou que o presidente está tomando zinco, vitamina D, famotidina (uma medicação para gastrite), melatonina (hormônio para induzir o sono) e aspirina.
Apesar desta grande associação de medicamentos, os jornais neste domingo informam que por ter apresentado queda da saturação de oxigênio o presidente começou a usar a acessível Dexametasona – sugerindo que o quadro não é leve.
Interessante notar que em nenhum momento aventaram a possibilidade de usar Cloroquina ou Ivermectina.
Os médicos do presidente, com certeza, estão buscando as melhores opções disponíveis.
Mas certamente sabem que ainda não temos uma bala de prata.