O coração possui 3 camadas: a mais interna é o delgado endocárdio, a média é o musculoso miocárdio e o revestimento externo é um saco fibroso, chamado pericárdio.
Miocardite e pericardite são processos inflamatórios envolvendo essas estruturas.
A frequência de miocardite na população em geral não é bem definida, uma vez que a apresentação clínica é variável e não existe um teste relativamente acurado que possa confirmar o diagnóstico.
Para termos um padrão de comparação, no relatório do Global Burden of Disease, de 2019, a taxa de miocardite entre 35 e 39 anos foi de 6,1 por 100.000 habitantes nos homens e 4,4 por 100.000 nas mulheres.
Na edição de 14 de dezembro passado, o periódico Nature Medicine, um dos de maior prestígio da área, traz números que mostram a associação entre miocardite, pericardite e arritmias cardíacas relacionadas à vacina e à infecção pelo SARS-CoV-2.
Foram avaliadas pessoas acima de 16 anos de idade vacinadas contra a Covid-19 na Inglaterra, entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.
Os dados se referem a quase 40 milhões de vacinados.
O aumento do risco após a primeira dose da vacina da Oxford/AstraZeneca foi de 1 evento por milhão de vacinados.
Com a vacina da Pfizer, 6 casos adicionais por milhão.
Após a segunda dose, 10 casos extras.
Naqueles infectados pelo SARS-CoV-2, QUARENTA casos adicionais por milhão.
Miocardite após vacina da Pfizer em crianças
Como com qualquer vacina, são comuns efeitos leves após a vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos – dor no local da aplicação, leve mal-estar, cefaleia e, eventualmente, febre.
A preocupação são efeitos colaterais graves.
Recentemente, o Centro para Controle de Doenças e Prevenção dos EUA (CDC) liberou dados referentes à vacinação de 8,7 milhão de crianças entre 5 e 11 anos de idade.
A única vacina aprovada nos EUA para essa faixa etária é a da Pfizer, liberada para aplicação naquele país desde outubro de 2021.
Altíssimo perfil de segurança.
Em relação a miocardite, foram relatados 11 casos suspeitos.
Destes, 8 preencheram os critérios pré-definidos para a doença – menos de 1 caso por milhão.
Nenhum caso grave, nenhum óbito.
Eficácia superior a 90%.
Sejamos racionais.
Não há nenhuma razão lógica para deixarmos de vacinar nossos filhos.