Singapura é composta por 63 ilhas, onde moram um pouco mais de 5 milhões de habitantes - uma das maiores densidades populacionais do mundo.
De acordo com o relatório das Nações Unidas, ocupa o oitavo lugar no índice de desenvolvimento humano, com expectativa de vida de 85 anos - mais de cinco anos superior à norte-americana.
Tem um sistema de saúde peculiar - mistura prestações de serviços públicos e privados - que além de ser considerado um dos mais qualificados do mundo, tem melhor custo-efetividade.
Desde o início da pandemia, a ex-colônia britânica foi um modelo de gestão, com vigilância extensiva, rastreio de contatos e restrições de movimentos para manter baixos os casos de vírus.
Além disso, o governo pagava integralmente a conta de qualquer cidadão internado em hospitais particulares (70% dos atendimentos no modelo de saúde do país), desde que residentes permanentes ou portadores de um passe de trabalho de longo prazo e que estivessem doentes com a Covid-19, a menos que o teste estivesse positivo logo após retornar do exterior.
Chegando a 85% das pessoas elegíveis totalmente vacinadas e a 18% com as doses de reforço, começou, como esperado, a aliviar restrições relacionadas com o vírus.
Apesar da alta taxa de vacinação, o número de casos diários começou a subir. De 50 a 100 em agosto, agora, nas últimas semanas, vem se mantendo em torno de 3.000, evidentemente, com internações e mortes preponderando entre os não vacinados.
O remédio veio amargo.
A partir do dia 9 de novembro, Singapura deixou de cobrir os custos médicos das pessoas "não vacinadas por opção”.
“Atualmente, as pessoas não vacinadas representam uma grande proporção daqueles que requerem cuidados intensivos e contribuem, de maneira desproporcional, para a pressão dos nossos recursos", indicou nota emitida pelo Ministério da Saúde.
Vacinar não é obrigatório.
Mas, dentro do sistema peculiar de saúde, aqueles que se vacinaram não são mais obrigados a partilhar dos custos gerados pelos que negam, sem justificativa, a imunização.
Parece justo.