O novo ano letivo, com pelo menos parte das aulas presenciais, vai levar novamente nossos filhos para a escola.
Com as imensas vantagens, mas também com os riscos associados.
A boa ciência já mostrou os caminhos mais seguros.
Nós, da linha de frente, aprendemos que, com medidas simples, mas rigorosamente seguidas, podemos enfrentar o coronavírus de perto.
Nas escolas, o trabalho será muito maior.
O papel dos gestores está bem definido: ditar regras claras, fornecer, sem meios-termos, condições para que essas regras sejam estritamente cumpridas, adaptar aquelas escolas que necessitam de ajustes, treinar exaustivamente funcionários e professores, determinar que, frente a um aumento significativo de casos ou cepas mais virulentas, as escolas voltem temporariamente a fechar.
Teremos que ensinar as crianças a manter o afastamento físico, usarem máscaras e lavarem frequentemente suas mãos.
Talvez mais difícil: devemos cobrar de adolescentes que nesse caso não existem exceções – essas medidas são inegociáveis na escola.
O relaxamento pode ser literalmente de vida ou morte – pouco provável para os estudantes, mas possível para aqueles que convivem em casa com eles.
Um editorial publicado recentemente na revista Nature discute a utilidade de descontaminação de superfícies como mecanismo de reduzir o risco de transmissão do SARS-CoV-2. Múltiplos estudos tem mostrado que a transmissão do vírus por superfícies contaminadas ou fômites é relativamente rara se comparada com a transmissão via gotículas ou aerossóis.
Ou seja, é muito pouco provável que seu filho seja contaminado ao pegar um lápis emprestado do amigo.
Também não fique preocupado se a escola não fizer descontaminações das salas ou instalações.
O problema está dentro do pulmão e das vias aéreas das pessoas – inacessíveis, evidentemente, a essas intervenções.
O questionamento sobre a presença de sintomas deve ser diariamente exercido.
Quem sabe, até uma “chamada Covid”. Como serão menos alunos nas salas de aula, uma didática explicação dos sintomas – dores no corpo, cefaleia, febre, dor de garganta, diarreia, alteração no olfato ou paladar - seria seguida pelos tradicionais presente/ausente. Compromete o aluno com seus colegas e o ensina a reconhecer a doença em casa.
Sob nenhuma hipótese, pais devem mandar para a escola alunos que apresentem indícios que possam significar infecção pelo coronavírus, mesmo que discretos, como é habitual em crianças ou adolescentes. Cumprir obrigatoriamente os 10 dias de isolamento domiciliar quando tais sintomas se manifestarem.
Alguém infectado em casa?
O aluno deve ficar 14 dias de quarentena – em casa.
O pai do colega que compartilha a sala de aula com seu filho não acredita nas medidas usuais, comprovadamente eficazes?
Se pensa – e quer que o filho aja assim - que o deixe em casa.
A escola e os demais alunos não tem nada a ver com isso.