Nunca vi tanta bandeira vermelha balançada quanto teve nessas últimas duas semanas. Em qualquer lugar, uma bandeira vermelha simboliza perigo, que algo grave aconteceu ou que há um grande risco de um problema aparecer. No automobilismo de hoje, esse tipo de sinalização é raro, principalmente com o tanto de segurança que os carros tem, que mesmo com uma batida forte, apenas um sinal de atenção para os pilotos é necessária.
Mas nesses dois últimos finais de semana, em pelo menos em três corridas importantes, essa situação incomum passou a ser 'regra'. Na Formula 1, por exemplo, tivemos a sinalização de perigo máximo acionada praticamente a cada dez minutos no sábado, e mais uma vez no domingo. E não é porque as corridas de repente ficaram extremamente perigosas, mas existe uma nova forma de aplicar a bandeira vermelha: a de aproveitar o tempo de evento.
Vejamos o caso do basquete ou futsal, toda vez que a bola vai para fora, ou é falta, ou paralizado por qualquer situação, o cronômetro para. E isso continua até que a partida termine rigorosamente no minuto determinado, sem acréscimos. No automobilismo não existe tempo extra, se a corrida tem duração de 50 voltas, ela não terá 51, mesmo que tenha dez paralizações.
E é justamente por isso que a Formula 1 parou a prova faltando duas voltas para acabar no Azerbaijão; ou a Indy que também mandou uma bandeira vermelha em Detroit neste sábado, mesmo que a batida que originou isso tenha sido um acidente normal; ou na prova de ontem na Nascar, onde simplesmente não existiu bandeiras amarelas, apenas verdes e vermelhas, para aproveitar rigorosamente todas as 100 voltas no Texas.